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20% dos piercings acabam infeccionando, alerta médico alemão

05 de Novembro de 2002 (Bibliomed). Colocar um piercing pode significar mais do que ficar na moda. Os baixos padrões de higiene nos estúdios que fazem piercings e a falta de informação fornecida aos adeptos do acessório podem gerar graves conseqüências. “Acredita-se que entre 2 milhões e 3 milhões de piercings de todos os tipos sejam colocados apenas na Alemanha a cada ano e que cerca de 20% deles tornem-se infeccionados. As pessoas não têm prestado atenção suficiente ao problema”, alertou Volker Jacobs, médico da Clínica da Saúde da Mulher, na Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.

Para o pesquisador, falta informação sobre os riscos do acessório. Jacob explica, por exemplo, que as pessoas não devem ficar tocando o piercing quando ele é novo, principalmente sem lavar as mãos antes. “O piercing deixa um furo na pele que não cicatriza por um período de tempo relativamente longo. Muitas pessoas colocam os brincos apenas duas semanas após o furo ter sido feito. Isso é estúpido, pois o orifício não cicatriza de maneira apropriada após um espaço de tempo tão curto. A cicatrização de um milímetro leva dez dias, e um piercing no mamilo tem aproximadamente 10 milímetros, o que significa cerca de 100 dias para que o processo de cicatrização seja completado”, explicou Jacobs.

O pesquisador publicará três estudos de caso na revista científica Zentralblatt für Gynakologie e um outro na revista médica Deutsche Aerzteblatt, nos próximos dias. Em um dos relatos, uma mulher de quase 30 anos teve que se submeter a uma cirurgia porque um abscesso no seu seio, resultante de uma infecção de um piercing no mamilo, havia crescido até atingir o tamanho de um punho antes que ela procurasse ajuda médica. “Ela teve de tomar anestesia geral e permaneceu no hospital por alguns dias. Tivemos de remover uma parte do seio medindo seis por sete centímetros”, disse, acrescentando que os pacientes com infecções freqüentemente esperaram tempo demais antes de ir a um médico.

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