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Queixa infantil ajuda a diagnosticar o câncer

Belo Horizonte, 14 de Agosto de 2001 (Bibliomed). Prestar atenção às queixas infantis é muito importante. Muitas vezes, uma reclamação pode revelar a presença de alguma doença séria. O Departamento de Pediatria do Hospital do Câncer, em São Paulo, está fazendo um estudo sobre a demora para diagnosticar o câncer infantil.

O objetivo do levantamento é conscientizar pais e médicos a ouvirem as crianças. Um dos desafios para identificar a doença é que os sintomas são muito inespecíficos.

Segundo as oncologistas pediátricas Karla Rodrigues e Beatriz de Camargo, autoras do estudo, entre o aparecimento do primeiro sintoma e o diagnóstico existe um espaço de tempo de diversos meses.

No Brasil, a lentidão pode chegar a 22 semanas, ao contrário da Inglaterra, Suécia e Estados Unidos, aonde o diagnóstico chega a ocorrer em nove semanas.

O sistema de saúde é falho? Falta informação para os pais? Existe medo em diagnosticar a doença? O que é possível fazer para combater a demora? Essas são as perguntas que têm norteado o trabalho das pesquisadoras.

As respostas ainda não foram encontradas. Resultados preliminares do estudo, no entanto, revelam que o brasileiro não valoriza o sintoma da dor. Em muitos casos, os pais também subestimam as queixas infantis.

Para o estudo, as oncologistas pediátricas analisam os prontuários do hospital, de 1975 a 1990. Ao longo dos anos, a média de atraso no diagnóstico apresentou redução, caindo de oito para cinco meses.

A tendência à queda continua. Inicialmente, o maior problema para diagnosticar o câncer infantil era a falta de conhecimento da família.

Atualmente, as novas técnicas de tratamento e chances de cura, além do maior acesso à informação, melhoraram o conhecimento da família. Nos próximos anos, a demora deve se restringir apenas aos casos da doença que têm difícil detecção.

Hoje, o índice médio de cura do câncer infantil é de 80%. Na década de 70, o valor era de apenas 15% a 20%. Esse pode ser um dos fatores que tem incentivado as pessoas a procurar o diagnóstico rapidamente. As oncologistas pediátricas vão continuar a investigação sobre o assunto até junho de 2002.

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