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Presidente queniano pede abstinência sexual para conter a Aids

Belo Horizonte, 19 de Julho de 2001 (eHealthLA). O presidente do Quênia, Daniel arap Moi, solicitou, na última semana que os quenianos se abstenham do sexo nos próximos dois anos.

Para ele, a abstinência sexual é a única forma segura de conter o avanço da Aids, que mata 700 pessoas nesse país africano, todos os dias.

Segundo o Ministério da Saúde do Quênia, dos 30 milhões de habitantes do país, cerca de 2,2 milhões estão infectados com o vírus HIV. A epidemia, em 1999, foi declarada desastre nacional.

A sugestão do presidente foi feita depois que o Quênia importou 300 milhões de camisinhas, em mais uma ação para conter o avanço da doença. Moi acredita que o sexo deve ser evitado. “Fico envergonhado em gastar milhões importando essas coisas”, afirmou o presidente durante uma reunião da Sociedade Farmacêutica do Quênia, referindo-se à compra dos preservativos.

A medida gerou críticas severas dos líderes cristãos e muçulmanos, que acusam o governo de incentivar a promiscuidade e a prática do sexo entre os mais jovens.

Para os religiosos, o governo deveria promover com vigor a abstinência sexual. A Conferência dos Bispos do Quênia chegou a divulgar um comunicado oficial sobre o assunto.

Os muçulmanos também acreditam que a importação das camisinhas é um “suicídio”, já que os jovens serão incentivados a ter uma vida sexual ativa. “Com o tempo, eles começarão a ter sexo sem proteção, o que vai aumentar ainda mais o número de casos”, protestou o xeque Mohamed Dor.

No mês passado, Daniel arap Moi defendeu que os soropositivos que contaminam seus parceiros conscientemente sejam punidos com a pena de morte. Apesar da epidemia da Aids estar dizimando as populações africanas, só agora o governo do Quênia está se despertando para combatê-la.

No mês passado, o país aprovou leis que permitem a importação e a fabricação de genéricos contra a doença.

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