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Pediatras dos EUA Pedem Menos Sexo na Mídia

10 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Um grupo de pediatras norte-americanos fez um apelo na segunda-feira por mensagens mais equilibradas em favor da abstinência dirigidas aos jovens, metade dos quais tem vida sexual ativa e sofre grande risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

"O adolescente norte-americano médio assiste cerca de 14 mil referências sexuais por ano e ainda assim apenas 165 delas dizem respeito a controle de natalidade, autocontrole, abstinência, risco de gravidez ou de DSTs, segundo declaração da Academia Americana de Pediatras publicada na revista do grupo, Pediatrics.

A declaração esteve perto de responsabilizar a mídia pelo comportamento sexual dos adolescentes -- que estaria resultando em 3 milhões de novos casos anuais de DSTs -, mas acaba pedindo à mídia que veicule campanhas publicitárias que promovam abstinência ou uso de contraceptivo entre jovens.

Pela declaração, estimular a contracepção não aumenta a atividade sexual entre jovens e reduz a incidência de DSTs e gravidez de adolescentes.

Em uma série de recomendações, o grupo apelou para que os pediatras discutam sexo com os pacientes e sugeriu que peçam aos proprietários de cinema e locadoras de vídeo para reforçar o sistema de classificação destinado a proteger os mais jovens. Propõe também que, nos programas de educação sexual, as escolas orientem seus alunos sobre o que é veiculado pela mídia.

"Em filmes, televisão e música as mensagens sexuais têm se tornado mais explícitas em diálogos, letras e comportamentos", avalia o documento.

"Frequentemente, estas mensagens contêm informação irreal, pouco exata e mal direcionada, mas que os jovens aceitam como fato. Os adolescentes têm colocado a mídia em segundo lugar, atrás apenas dos programas de educação sexual escolares como fonte principal de informação sobre sexo."

Segundo a declaração, as campanhas publicitárias contêm "uma quantidade significativa de imagens sexuais, incluindo o uso inapropriado de crianças em poses provocativas".

"O sexo é usado para vender produtos bastante comuns, de xampu a quarto de hotel. Quando crianças e adolescentes respondem às insinuações e se tornam sexualmente ativos muito cedo, a sociedade parece culpar os jovens, não os publicitários", afirmam os pediatras.

Conforme a declaração, uma pesquisa também mostrou que a exposição intensa ao sexo apresentado pela mídia foi associada ao aumento de percepção da frequência da atividade sexual na vida real.

"Como resultado, a televisão pode funcionar como um tipo de 'supercompanheiro', tornar normais esses comportamentos e depois estimulá-los entre adolescentes", afirmou o documento.

A declaração citou estudos que detectaram um aumento nos casos de violência sexual e estupros, especialmente contra garotas mais jovens. Segundo o comunicado, 21 por cento dos adolescentes têm tido quatro ou mais parceiros sexuais e os jovens têm as maiores taxas de DSTs entre grupos etários, com um em cada quatro adolescentes sexualmente ativos infectados a cada ano.

"Embora a atividade sexual prematura possa ser causada por vários fatores, a mídia parece ter um papel importante. A mídia também representa a influência mais facilmente reversível em jovens, seu comportamento e atitudes sexuais", avaliou o documento.

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