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Poligamia garante casamento saudável

Belo Horizonte, 06 de Julho de 2001 (eHealthLA). No 15º Congresso Mundial de Sexologia, realizado em Paris na última semana, os especialistas discutiram uma saída ainda polêmica para garantir um casamento saudável: a “troca livre” de casais. O evento reuniu urologistas, ginecologistas, psiquiatras, psicólogos, terapeutas e educadores sexuais de todo o mundo.

Para os norte-americanos presentes no Congresso, a monogamia mata o casal, trazendo tédio e desintegrando os elos eróticos de um casamento. Os especialistas não defendem a “troca livre” à moda latina, que encara a poligamia como uma transgressão desejada.

Para alguns profissionais da sexologia, a “troca livre” deve ser um acordo preciso, quase um contrato, organizado nos mínimos detalhes pelo casal, como uma alternativa puritana ao adultério. No Canadá, já são comuns os “barcos do sexo”, que percorrem lentamente os rios enquanto os casais a bordo se familiarizam uns com os outros.

Eles conversam, escolhem e, quando todos estão de acordo, ocorre a troca. Curiosamente, um dos assuntos do Congresso foi o adultério, um elemento central nas pesquisas de satisfação sexual, considerado, cada vez mais, um fator de união e não de separação.

Uma das formas de traição discutidas pelos sexólogos em Paris foi a das conversas pela internet. Segundo uma pesquisa norte-americana, ter um parceiro virtual não é sinônimo de adultério para 60% dos entrevistados. Outro tema discutido nos debates foi o desejo. E os especialistas chegaram a uma conclusão: a falta dele não pode ser resolvida nem mesmo por medicamentos como o Viagra ou seu rival japonês, Ixens.

Os sexólogos lembraram que os remédios podem garantir a ereção, no entanto, sem desejo, muitos homens não conseguem concluir o ato sexual.

Os especialistas brasileiros tiveram participação significativa no Congresso. Um Estudo do Comportamento Sexual (Ecos), realizado pela Universidade de São Paulo, foi divulgado no evento. Os dados foram coletados durante o ano 2000 e abordaram hábitos, práticas e preferências sexuais do brasileiro.

Cerca de 3 mil pessoas foram ouvidas em São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco e Minas Gerais. Um dos simpósios apontou que o brasileiro tem, em média, três relações sexuais por semana, número acima dos índices de países desenvolvidos.

O beijo foi considerado um elemento fundamental da relação para 88,4% dos homens e 81% das mulheres. Os especialistas brasileiros apresentaram também estudos sobre distúrbios sexuais e disfunção erétil – considerado um problema de saúde pública no país.

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