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Anvisa suspende Tubos para Coleta de Sangue

São Paulo, 20 de Junho de 2001 (eHealthLA). A presença de um corpo estranho no interior de um Tubo para Coleta de Sangue foi o motivo da interdição de lotes do produto importado pela empresa Graci Com. e Representação Ltda (Campinas, SP). A origem do equipamento, de marca Vacuette, é a Áustria, onde é produzido pelo fabricante Greiner Labortechnik GMHB.

De acordo com a técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que escreveu o relatório desta interdição e concedeu entrevista pelo telefone a esta reportagem, “a presença de corpos estranhos nesse tipo de equipamento demonstra que, possivelmente, o processo de fabricação está comprometido”.

Um tubo de coleta de sangue contaminado pode comprometer o resultado da análise que vier a ser feita, disse a técnica, explicando a gravidade da situação.

O tubo deverá ser recolhido pela empresa produtora do registro e pelas vigilâncias sanitárias. Nesse caso, a indústria também pode contestar o resultado do exame apresentado pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), pois, como explicou a técnica da Anvisa, existe a possibilidade, ainda que remota, destes tubos não pertencerem, de fato, à indústria em questão. “Eles podem ter sido fraudados, copiados e revendidos, falsificados, etc.

Não podemos pré-julgar a empresa, apenas definir que existem evidências de que a fabricação deste produto não segue as normas mínimas de higiene e qualidade”, pondera, explicando que, a partir disso, se estabelece um processo administrativo que pode resultar até no cancelamento do registro destes produtos.

Seringas contaminadas também oferecem graves perigos à saúde

Segundo a técnica da Anvisa (os técnicos falam em nome da Agência, mas não podem identificar-se para a imprensa), as seringas interditadas na semana passada – fato também noticiado pelo BoaSaúde – encerram perigos ainda maiores para a saúde.

A presença de silicone, ou óleo, em níveis acima dos permitidos, podem até causar embolias – obstrução dos vasos -, pois são duas substâncias hidrossolúveis, ou seja, dissolvem-se na medicação a ser injetada no paciente.

No caso do fio de cabelo encontrado em uma das seringas, a situação é da mesma forma grave, pois comprova a falta de higiene do processo de fabricação. “A presença deste tipo de corpo na seringa indica também a presença de bactérias que, se injetadas no paciente, podem causar infecções que resultem em surtos pirogênicos (febre)”, afirma a técnica.

Anvisa interdita anestésico odontológico

No mesmo dia em que publicou a interdição das seringas e do tubo para coleta de sangue, a Anvisa também divulgou, no Diário Oficial, a Resolução nº 855, determinando a interdição cautelar de um lote do anestésico odontológico Prilocaína (a 3%) com Felipressina, apresentado sob a forma de solução injetável.

“O produto fabricado pela empresa Probem – Laboratório de Produtos Farmacêuticos e Odontológicos Ltda, situado em Catanduva (SP), apresentou princípio ativo abaixo do especificado no registro”, informou a Agência Sanitária. A indústria tem um prazo de 10 dias para apresentar defesa.

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