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Terapia Genética Reverte Envelhecimento Cerebral em Macacos

Por Emma Patten-Hitt

NOVA YORK (Reuters Health)
- A terapia genética com fator de crescimento de nervo (NGF, sigla para nerve growth factor) pode ajudar a restaurar as conexões entre as células cerebrais deterioradas pelo envelhecimento, pelo menos em macacos. As observações apóiam a idéia de que a terapia genética poderia ser útil para problemas como o mal de Alzheimer.

"Embora a degeneração do cérebro ocorra com o envelhecimento, estes eventos foram revertidos pela terapia genética com fator de crescimento nas regiões cerebrais estudadas", disse M. H. Tuszynski, da Universidade da Califórnia, em San Diego, à Reuters Health.

"Como estamos trabalhando com macacos, modelo animal mais próximo do humano que pode ser estudado, estas observações podem ser relevantes para o processo de envelhecimento que ocorre no cérebro humano", disse o especialista.

A equipe estudou macacos rhesus entre 22 e 27,5 anos, comparáveis a seres humanos aos 60 anos de idade. Alguns macacos receberam um enxerto cerebral de células geneticamente modificadas e produtoras de NGF. Os pesquisadores verificaram que os macacos que receberam o NGF apresentaram uma reversão "substancial e significativa" da redução do número de axônios (conexões) entre as células cerebrais.

Depois do tratamento, a densidade de axônios foi igual à de macacos saudáveis com cerca de 9,5 anos, comparáveis a seres humanos de 20 anos.

"Estas conexões são necessárias para o cérebro funcionar normalmente, a sua perda pode contribuir para redução das principais funções cognitivas (intelectuais) que ocorrem no envelhecimento", explicou Tuszynski.

Outra conclusão do estudo foi que a terapia genética, aplicada em regiões profundas do cérebro, teve efeitos em áreas um tanto distantes, mais próximas da superfície do órgão.

Efeitos extensos da terapia genética com fator de crescimento podem ocorrer depois de uma aplicação local em uma região relativamente pequena do cérebro", disse Tuszynski.

"Esta é uma aplicação prática dessa técnica para tratamento de doenças humanas", avaliou o cientista.

"Em estudos futuros, vamos verificar se a terapia melhora a memória ou outras formas da função cognitiva em macacos idosos", observou Tuszynski.

Um teste clínico em humanos está em andamento para determinar se a terapia genética com o fator de crescimento pode reduzir os danos de pessoas com Alzheimer. Até agora, dois pacientes foram inscritos no teste, informou a Universidade da Califórnia, em San Diego.

No teste, as células de pele retiradas das pessoas serão modificadas para produzir NGF. Estas células serão implantadas no cérebro e os pacientes serão acompanhados por 18 meses para verificar os efeitos.

Sinopse preparada por Reuters Health

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