Notícias de saúde

Alemanha Apóia Pesquisa de Genoma Apesar de Passado Nazista

BERLIM (Reuters) - Lideranças políticas da Alemanha prometeram na segunda-feira apoiar o desenvolvimento da pesquisa de genoma, um assunto delicado no país, devido à era de cientistas nazistas que tentaram criar uma "raça superior".

Edelgard Bulmahn, ministra alemã da Educação, Ciência, Pesquisa e Tecnologia, disse que o governo vai investir 870 milhões de marcos (425 milhões de dólares) para a pesquisa de genoma no país ao longo dos próximos três anos.

O anúncio ocorreu em uma entrevista à imprensa em Berlim, depois da divulgação do sequênciamento do genoma humano, divulgado pelas revistas Nature e Science.

Acredita-se que a descoberta que decifra o código do DNA humano tem a chave para a cura de doenças como o câncer, além de enfermidades genéticas.

"É mais um passo para aprender sobre a própria vida. Consideramos (o sequenciamento do genoma) uma nova qualidade de conhecimento dos seres humanos", disse Bulmahn. Ela defendeu a ampla divulgação das informações sobre as "digitais" genéticas.

"O próximo passo é adquirir mais informações sobre os genes, sobre as causas das doenças, como também terapias", disse.

Os alemães resistiram por muito tempo a qualquer tipo de pesquisa genética, devido aos abusos dos nazistas na procriação seletiva, massacre de minorias étnicas e de pessoas deficientes.

Depois da Segunda Guerra Mundial, as indústrias médica, farmacêutica e genética do país passaram a ser controladas por leis rígidas e limitações políticas, o que tornou difícil a criação de laboratórios ou empresas de biotecnologia.

Nos últimos cinco anos, a Alemanha começou a realizar pesquisas em biotecologia, apesar das restrições. O país está cerca de dez anos atrás dos líderes no campo, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha.

Sinopse preparada por Reuters Health

Copyright © 2001 Reuters Limited. All rights reserved. Republication or redistribution of Reuters Limited content, including by framing or similar means, is expressly prohibited without the prior written consent of Reuters Limited.

Faça o seu comentário
Comentários