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Filhos de Cardíacos Podem Ter Artéria Obstruída Sem Sintomas

31 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). As pessoas cujos parentes próximos apresentam obstrução de artérias têm um risco maior que o normal de desenvolver o problema.

De acordo com os cientistas, mesmo para quem não tem sintomas da doença, pode ser útil fazer exames regulares para verificar se existem artérias bloqueadas caso um dos pais ou irmãos apresentem o distúrbio.

Entre todas as pessoas aparentemente saudáveis cujos parentes próximos tinham doença coronariana (CAD, sigla em inglês para coronary artery disease), metade também apresentava o problema, verificou a equipe da Escola Médica da Universidade do Texas, em Houston.

A equipe testou 90 pessoas usando tomografia PET -- técnica de tomografia por emissão de pósitrons -- para observar o fluxo de sangue nas artérias. Esse método não é muito usado, mas pode funcionar melhor que o angiograma baseado em raio-X para mostrar bloqueios em estágios iniciais.

Em artigo publicado na revista Circulation, da American Heart Association, os pesquisadores informaram que as pessoas que tiveram um dos pais, irmão ou irmã com diagnóstico de CAD eram muito mais propensas que as demais a ter o distúrbio sem saber disso.

O mesmo se aplicou a pessoas que não tinham colesterol alto, não fumavam e não apresentavam outros fatores de risco para doença cardíaca.

"Sabemos que o histórico familiar é um fator de risco para doença cardíaca", declarou K. Lance Gould, professor de medicina e chefe do estudo.

"De qualquer forma, essa relação tem sido associada a fatores de risco secundários como colesterol alto, hipertensão e diabete", acrescentou o pesquisador.

"Parece que o histórico familiar pode ter o mesmo peso que fatores de risco padrão por meio de mecanismos que não entendemos", disse o pesquisador, levantando a hipótese de que a causa possa ser genética.

Pessoas com histórico familiar de entupimento e obstrução de artérias deveriam se submeter a um exame extra para que pudessem evitar a doença com dieta, exercício e talvez drogas.

Estudos mostram que diminuir mesmo o colesterol "normal" pode prevenir ataques cardíacos e derrames.

"Podemos descobrir a doença em estágio inicial em membros dessas famílias bem antes que cause sintomas e oferecer tratamento intensivo, preventivo e reversível", disse Gould.

Dos 90 voluntários testados pela equipe de Gould, 18 tinham um dos pais ou irmãos com doença coronariana documentada e também apresentavam o problema, 32 não tinham sintomas de CAD mas tinham um parente com o distúrbio, 30 tinham algum fator de risco como colesterol alto e nenhum parente conhecido com CAD e 10 não tinham risco nem histórico familiar.

Os pesquisadores verificaram que as 32 pessoas sem qualquer fator de risco -- sem histórico de fumo e com colesterol normal, mas com um parente com CAD, apresentavam 50 por cento de chance de ter CAD.

Uma senhora de 73 anos de idade sabia que tinha bloqueios brandos em três artérias. Seus três filhos com idades entre 43 e 55 anos não apresentavam qualquer sintoma, mas todos mostraram nos exames doença coronária de grau brando a moderado.

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