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Cresce Risco de Aids Entre Jovens Homossexuais de NY

30 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Altas taxas de sexo sem proteção e transmissão de HIV entre homens jovens na cidade de Nova York indicam a necessidade de mais mensagens sobre sexo seguro entre este grupo.

Lucia Torian e Baryl Koblin, do Departamento de Saúde de Nova York, verificaram que uma grande proporção de homens negros e hispânicos informou praticar sexo anal passivo sem proteção, um dos principais fatores de risco para transmissão do HIV.

Cerca de 50 por cento dos homens negros e hispânicos que informaram fazer sexo anal disseram que algumas vezes têm relações passivas sem proteção. Entre os brancos que fazem sexo anal, 39 por cento informaram que geralmente não usam preservativo.

"São conclusões muito sinistras. Precisamos de mais mensagens novas e inovadoras que ajudem às pessoas deste grupo a compreender o perigo", disse Torian em entrevista. "Esta é a era do sexo seguro, mas a prática ainda não está sendo usada", explicou a especialista.

Levando em conta a raça, 33 por cento dos homens negros, 14 por cento dos hispânicos, 2 por cento dos brancos e 0 por cento dos asiáticos apresentaram testes sanguíneos positivos para HIV.

Esses números não refletem a incidência racial da infecção por HIV na cidade de Nova York, enfatizou Torian. Segundo a especialista, é possível que fatores como "as áreas públicas escolhidas para a pesquisa possam ter resultado em algumas tendências raciais".

"Trabalhos anteriores de algumas novas organizações indicam que os resultados de nossa pesquisa são generalizáveis, mas eles não são", disse Torian.

A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Saúde da Cidade de Nova York e pelo New York Blood Center entre março de 1999 e julho de 2000. Os pesquisadores entrevistaram 529 homens homossexuais e bissexuais, entre 23 e 29 anos, em Manhattan, no Bronx, Brooklyn e Queens. Todos os homens também foram submetidos a teste de HIV.

O trabalho privilegiou locais frequentados por homossexuais como bares, danceterias, cafeterias, locadoras de vídeo especializadas e ruas freqüentadas por grupos homossexuais. "Não procuramos lugares onde seria mais provável encontrar homens soropositivos para Aids e evitamos especificamente locais como centros de testes e clínicas", explicou Torian.

Para a especialista, os métodos de pesquisa podem ter limitações quanto aos tipos de dados que o grupo recebeu. No total, 36 por cento dos entrevistados responderam que eram hispânicos; 27 por cento, afro-americanos; 20 por cento, brancos; 8 por cento, asiáticos; e 10 por cento disseram ser de raças misturadas ou não quiseram ser identificados pela raça.

De especial interesse foi o fato de que enquanto 16 por cento dos homens testados eram HIV positivo, apenas 3 por cento dos entrevistados disse que tinha teste positivo anterior para o vírus.

"Achamos que estes homens foram infectados recentemente e isto deveria alarmar a todos", disse Torian.

Homens de todas as raças são igualmente propensos a ter realizado um teste HIV anterior, informou a pesquisadora à Reuters Health.

"Nosso objetivo era observar homens jovens em locais públicos onde poderiam encontrar outros homens para sexo. Estávamos procurando especificamente por homens que poderiam ter um comportamento mais arriscado em relação ao HIV", disse Torian à Reuters Health. "Queríamos atingir este grupo em um esforço para educá-lo e colocá-lo em contato com grupos que forneçam tratamento médico", disse a pesquisadora.

"Desta forma, nossa pesquisa foi um sucesso, porque fomos capazes de atrair uma população de risco muito alto e colocá-la em tratamento", acrescentou a especialista.

Segundo Torian, os resultados do estudo, financiado pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), serão apresentados na 8a Conferência Nacional sobre Retroviroses e Infecções Oportunistas, em Chicago (Illinois), no início de fevereiro.

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