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Proteína do Leite Materno dá Proteção Ativa ao Bebê

22 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Agora, as mulheres têm mais um motivo para amamentar seus bebês: pesquisadores anunciaram esta semana a descoberta de que o leite materno estimula o sistema imunológico de uma forma nunca vista antes.

Os cientistas afirmaram que o leite materno é rico em um tipo de proteína chamada CD14 solúvel que estimula o desenvolvimento de células B. Essas células correspondem a células do sistema imunológico produzidas pela medula óssea e importantes na produção de anticorpos.

"Há cem anos, conhecemos os benefícios da amamentação", disse Michael Julius, da Universidade de Toronto e do Hospital de Toronto.

"Nas últimas décadas, a base científica para esse conhecimento convencional aumentou devido à identificação de muitos dos elementos do leite materno que mediam todas essas coisas boas. Além de ser rico em nutrientes e fatores de crescimento, ele é rico em coisas que protegem o recém-nascido", acrescentou o pesquisador.

Até agora, os médicos sabiam que as mães em fase de amamentação podiam passar anticorpos a seus bebês. Os anticorpos são as proteínas indicadoras do sistema imunológico - eles identificam e localizam invasores como bactérias e vírus, indicando-os às células do sistema imunológico para ataque. A chave de seu sucesso é sua diversidade. Quanto maior a variedade de anticorpos do organismo, maior o número de inimigos que ele pode combater.

Julius explicou que os cientistas conheciam a CD14 solúvel, mas que todas suas funções não eram aparentes.

"Essa é a primeira demonstração dessa atividade biológica da molécula e do fato de ela estar tão enriquecida nas secreções mamárias", disse Julius.

"Como a proteína consegue ativar diretamente as células B, ela dá proteção ativa ao bebê. Imaginamos que ela age para dar início ao sistema imunológico do bebê", afirmou o cientista. Os pesquisadores, que incluíam equipes da Universidade de Western Ontário, Universidade de Osaka e empresa Gemma Biotechnology, em Toronto, realizaram os testes em camundongos.

De acordo com o estudo, publicado na edição desta semana de Proceedings of the National Academy of Sciences, a CD14 fez com que as células B dos animais se diferenciassem -- se transformassem em diferentes tipos.

Outros testes demonstraram que o leite e o colostro -- as primeiras secreções das glândulas mamárias da mãe -- eram ricos em CD14. O mesmo valia para vacas e pessoas, afirmaram os pesquisadores.

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