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Estudo Mostra Eficácia de Erva-de-São-João Contra Depressão

22 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A erva-de-são-joão é considerada como um remédio para depressão desde a Antiguidade. Agora, uma revisão de estudos científicos sugere que a erva, ou "Hypericum perforatum", pode mesmo ser eficaz no tratamento da depressão.

Mas os pesquisadores alertam que o remédio pode interferir com vários medicamentos usados normalmente, até mesmo a pílula anticoncepcional. Também, ainda não foi comprovado "que a erva-de-são-joão seja mais eficiente do que os novos antidepressivos vendidos somente com prescrição", segundo informou P. Murali Doraiswamy, do Centro Médico da Universidade Duke, em Durham, na Carolina do Norte, nos EUA.

"Por isso, pessoas que têm sintomas de depressão não devem se automedicar e, sim, consultar um médico."

A erva-de-são-joão é usada em vários países europeus, como na Alemanha, onde é vendida apenas com prescrição. Nos Estados Unidos, o governo classifica a erva como um suplemento alimentar, ou seja, não precisa passar por rigorosos testes de segurança e eficácia como os medicamentos.

Para avaliar os riscos e benefícios da erva-de-são-joão, Doraiswamy e seus colegas fizeram uma revisão dos estudos científicos sobre a erva realizados entre 1960 e o começo de 2000.

A erva-de-são-joão parece ser mais efetiva que placebo (uma pílula inócua) para aliviar os sintomas da depressão, de acordo com o trabalho publicado pelos pesquisadores na edição de janeiro da revista "Public Health Nutrition".

Os resultados de alguns estudos sugerem que o produto é pelo menos tão efetivo quanto os antidepressivos vendidos com prescrição médica, embora essa evidência ainda não seja conclusiva, ressaltam os autores.

Segundo a equipe de Doraiswamy, o suplemento precisa ser estudado em pesquisas de longo prazo com doses padronizadas. Pouco se sabe sobre os efeitos da erva naqueles com depressão severa e sobre o seu poder de impedir recaídas nos pacientes.

A revisão dos estudos com a erva-de-são-joão não indicou um efeito perigoso do suplemento de erva. Há indícios de que ela possa acelerar a velocidade de reação de enzimas hepáticas que atuam no processamento de alguns tipos de medicamentos, o que pode levar a uma redução dos níveis da droga no organismo.

Além da pílula anticoncepcional, podem ser afetados os remédios usados para tratar doenças cardíacas, depressão, crises epiléticas e alguns tipos de câncer.

Os autores indicaram que drogas vendidas com receita geralmente interferem com a ação de outros medicamentos, mas até testes de segurança serem realizados, as interações da erva-de-são-joão permanecerão incertas.

Vários estudos com a erva-de-são-joão estão sendo realizados, incluindo um patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês).

Doraiswamy recebeu verbas de várias empresas que fabricam antidepressivos. Ele também integra comitês consultivos de várias indústrias farmacêuticas.

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