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Estrógenos Não Diminuem a Velocidade de Progressão da Doença de Alzheimer

NEW YORK, (Reuters Health) – Apesar de grandes esperanças de que o estrógeno diminuiria a velocidade de progressão da doença de Alzheimer, um novo estudo não conseguiu demonstrar tais benefícios com o uso do hormônio sexual feminino.

Comparadas a um grupo de mulheres que tomavam uma pílula que não continha nenhum hormônio, as mulheres que fizeram uso de reposição de estrógeno, não apresentaram nenhuma melhora ou recuperação da memória.

Apesar dos resultados serem desapontadores, eles não necessariamente descartam um papel do estrógeno na prevenção ou no tratamento da doença de Alzheimer. Pode ser que o estrógeno apresente um papel benéfico ao ser usado em combinação com outras drogas ou evite o aparecimento da doença de Alzheimer quando utilizado antes do desenvolvimento de sintomas de perda de memória, de acordo com o Dr. P.N. Wang e colegas do Taipei Veterans General Hospital, em Taiwan. No estudo 50 mulheres com a doença de Alzheimer foram randomicamente distribuídas em dois grupos. Um dos grupos tomou uma dose diária de estrógeno+progesterona (Premarin) enquanto o outro grupo tomou uma dose diária de placebo (pílula sem hormônio). Após 12 semanas as mulheres em uso de estrógeno não apresentaram nenhuma melhora significativa nos testes de memória, concentração ou outras habilidades intelectuais, publicaram os pesquisadores na revista Neurology.

Estes achados são conflitantes com os de vários outros estudos que indicavam que a reposição estrogênica melhorava o quadro de demência nas mulheres com doença de Alzheimer. Mas em todos estes estudos os grupos avaliados eram pequenos, e, na maioria deles os médicos e os pacientes sabiam o que estavam usando. Neste estudo nem os médicos nem os pacientes sabiam quem fazia uso do estrógeno e quem usava o placebo até a conclusão do mesmo.

Este estudo não é a palavra final na relação entre a doença de Alzheimer e o estrógeno. “Embora nós tenhamos avaliado um grupo maior de pacientes do que os estudos anteriores, 50 pacientes provavelmente ainda não é uma quantidade suficiente e pode ser necessário um período maior de avaliação, tipo um ano, para que um efeito significativo possa ser notado”, declarou Dr. Hsiu-Chih Liu. Em um editorial que acompanha o estudo as Dras. Karen Marden e Mary Sano da Universidade de Columbia, em New York, apontam que este é o terceiro estudo publicado este ano que não confirma o efeito protetor do estrógeno em mulheres com doença de Alzheimer. Um melhor entendimento dos efeitos do estrógeno no cérebro pode ser obtido ao se estudar os efeitos do mesmo ao longo da vida, não somente após o início dos sintomas. Talvez o declínio dos níveis de estrógenos que ocorre durante a menopausa faz com que o cérebro fique susceptível à doença de Alzheimer, sugerem elas.

No momento os resultados de estudos clínicos randomizados não apontam para a presença de um papel do estrógeno no tratamento da doença de Alzheimer, embora eles apontem que algumas mulheres possam optar pelo uso do estrógeno devido aos seus outros efeitos benéficos, que incluem a proteção contra a osteoporose.

Fonte: Neurology 2000; 54: 2035-2037, 2061-2066

Sinopse preparada por Reuters Health

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