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Cientistas Criam Primeiro Macaco Geneticamente Modificado

12 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Cientistas anunciaram na quinta-feira que criaram o primeiro macaco geneticamente modificado, um avanço que pode acelerar o desenvolvimento de curas para doenças como câncer e Alzheimer.

O filhote de macaco se chama ANDi, o inverso de "inserted DNA" (DNA inserido), e se parece com qualquer outro filhote de macaco, afirmaram Gerald Schatten e sua equipe, do Centro de Pesquisa de Primatas Regional do Oregon, da Universidade de Ciências de Saúde do Oregon.

"O ANDi é forte e brinca normalmente com seus dois colegas de jaula", disseram Schatten e sua equipe, que apresentaram seu feito na edição de sexta-feira da revista Science.

Muitos animais já foram geneticamente modificados, desde camundongos até ovelhas. Rebanhos de ovelhas geneticamente modificadas produzem proteínas humanas para o uso na indústria de medicamentos e, normalmente, bactérias e leveduras geneticamente modificadas fornecem proteínas humanas como a insulina.

Até agora, ninguém nunca tinha conseguido introduzir um novo gene em um primata, a classe de mamíferos que inclui o homem.

"Acreditamos que esse é um avanço especial", disse Schatten, que, em conjunto com sua equipe, desenvolveu o primeiro macaco clonado em 2000.

O gene extra que ANDi carrega não faz muita coisa. O gene GFP, de proteína fluorescente verde, é retirado da água-viva e normalmente é usado como um gene "marcador", pois as células que o contêm podem ser vistas incandescentes em um microscópio especial.

A idéia é produzir macacos com genes conhecidos por causar doenças em humanos. Talvez esses macacos possam até mesmo ser clonados para que as cópias exatas possam ser usadas no estudo de drogas e outros possíveis tratamentos sem ter que levar em consideração a variação genética, disse Schatten.

Os camundongos já são usados com esse propósito, mas nem sempre são similares o suficiente a seres humanos para serem usados como bons modelos.

Shatten e sua equipe usaram um retrovírus para carregar o gene GFP em 224óvulos de macacas. Os pesquisadores utilizaram uma técnica de fertilização comum chamada ICSI, injeções de esperma intracitoplasmáticas, em que um espermatozóide é injetado em um óvulo, para fertilizar os óvulos.

No total, resultaram somente 40 embriões e cinco gestações e somente três macacos nasceram vivos. Só um animal, ANDi, carregava o gene GFP, mas macacos gêmeos mortos também carregavam o gene.

Schatten disse que o próximo passo da pesquisa é entender como controlar somente a área onde o gene é inserido no DNA de uma célula, o que pode ser importante para saber como o gene funciona.

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