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Lordes Britânicos Pedem Regulamentação da Medicina Alternativa

Por Mike Peacock

LONDRES (Reuters) - Especialistas em ciências da Casa dos Lordes da Grã-Bretanha pediram uma regulamentação mais consistente da medicina alternativa, alegando que muitas práticas não oferecem evidências de que ajudam os doentes.

Integrantes da mais alta câmara do Parlamento disseram na terça-feira que também havia risco dos pacientes adotarem terapias alternativas com prejuízo do tratamento tradicional, ameaçando a saúde.

"Um dos principais perigos da medicina alternativa e complementar (CAM, sigla para complementary and alternative medicine) é que os pacientes poderiam abandonar os métodos de tratamento e diagnóstico da medicina convencional porque escolhem apenas consultar os praticantes da CAM", informou o comitê de tecnologia e ciência da Casa dos Lordes, em um relatório.

Segundo os parlamentares, que realizaram uma sindicância de um ano, existem cerca de 50 mil profissionais que praticam a medicina alternativa complementar na Grã-Bretanha, mas apenas um quinto deles tem registro profissional. Mais de 5 milhões de britânicos consultaram um destes profissionais no ano passado. "Recomendamos que apenas as terapias CAM reguladas por estatutos ou que tenham um mecanismo forte de auto-regulamentação deveriam estar disponíveis por referência de médicos e outros profissionais de saúde", avaliou o comitê.

O comitê dividiu o tratamento em vários grupos. O grupo um incluiu procedimentos como osteopatia, acupuntura, ervas medicinais e homeopatia. O grupo dois incluiu terapias geralmente usadas para complementar a medicina convencional como massagem, aconselhamento, terapia antiestresse e semelhantes.

O grupo três incluiu disciplinas "indiferentes aos princípios científicos da medicina convencional" como terapia com cristal, iridologia (observação dos olhos para detectar problemas de saúde) e hidromassagem.

"Estes grupos pretendem operar como uma alternativa à medicina convencional, mas trabalham baseados em evidências esparsas ou inexistentes", declararam os lordes.

As pessoas que praticam as técnicas dos grupos um e dois deveriam acumular evidências para demonstrar os benefícios terapêuticos oferecidos, avaliou o comitê que também pediu um grupo profissional único para cada terapia.

Segundo os parlamentares, a acupuntura e as ervas medicinais pareceram funcionar em, pelo menos, algumas circunstâncias e assim já estariam em um estágio que permitiria buscar regulação estatutária sob as leis de saúde.

Sinopse preparada por Reuters Health

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