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Burocracia dificulta acesso aos tratamentos de câncer de mama no Brasil

02 de setembro de 2015 (Bibliomed). O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de tumores no mundo, sendo o mais comum entre as mulheres. Ele representa cerca de 22% de todos os diagnósticos anuais, sendo que no Brasil, são esperados cerca de 60.000 novos casos a cada ano. No país, o índice de mortalidade ainda é elevado, o que é explicado pelo diagnóstico tardio.

Durante o “Foro de Pacientes com Câncer de Mama: acesso aos tratamentos no Brasil”, que ocorreu no dia 28 de agosto, em meio à 10ª edição do Câncer de Mama Gramado (RS) 2015, sociedades médicas, associações de pacientes, poder público e imprensa discutiram o atual cenário do tratamento de câncer de mama no país, incluindo suas problemáticas e possíveis soluções.

Estiveram presentes representantes da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), e do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), que apresentaram os principais índices do câncer de mama no país, bem como a realidade dos tratamentos. Os pesquisadores destacaram o atraso nas práticas terapêuticas e medicamentosas oferecidas no Brasil, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dando ênfase nos entraves burocráticos para pesquisas na área, o quem de acordo com eles, faz com que o país seja preterido por grupos internacionais em estudos de nível mundial.

Os grupos de pacientes, representados no Foro pela Associação Brasileira dos Portadores do Câncer (AMUCC), pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas em Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), e pelo Instituto Oncoguia, mostraram o que tem sido feito em prol das pacientes com câncer de mama, destacando a dificuldade de acesso a tratamentos, especialmente pela demora em procedimentos devido à burocracia. Além disso, esses grupos ressaltaram a importância de o paciente conhecer seus direitos e lutar por eles, um processo chamado de empoderamento.

A deputada federal e presidente da Frente Parlamentar de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer, Carmen Zanotto, apresentou aos presentes os projetos de lei recentemente aprovados e aqueles que estão em trâmite no Congresso, mostrando a evolução nos direitos dos pacientes e quais os rumos que essa legislação deve tomar.

Ao final das discussões, concluiu-se que entidades médicas, associações de pacientes, poder público e mídia precisam trabalhar juntos para melhorar e garantir o acesso do paciente ao tratamento, e ficou evidente a necessidade de investimentos mais significativos no tratamento do câncer, unido a uma desburocratização do acesso aos procedimentos para que os avanços tecnológicos e terapêuticos estejam à disposição dos pacientes sem a necessidade de brigas judiciais.

Fonte: Equipe Editorial Boa Saúde

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