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Câncer: mulheres adoecerão mais, mas morrerão menos que homens em 2003

10 de Abril de 2003 (Bibliomed). Mais de 400 mil novos casos de câncer surgirão no Brasil este ano, com quase 127 mil mortes. As mulheres adoecerão mais, mas morrerão menos que os homens, o que pode ser explicado pelo fato deles só buscarem ajuda médica quando o tumor já está em fase avançada enquanto elas têm mais disciplina em relação aos exames periódicos. São esperados 186.155 casos novos e 68.350 mortes no sexo masculino e 216.035 casos novos e 58.610 mortes no sexo feminino. Essas estimativas fazem parte da publicação anual elaborada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), com base nos dados de mortalidade e nos dados de incidência coletados nos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), e divulgada no último dia 4.

Segundo o relatório, cerca de 30% dos tipos de câncer que farão mais vítimas em 2003 têm o tabagismo como causa principal ou importante fator de risco, como o de pulmão, mama, colo do útero, cavidade oral, esôfago. O câncer de pulmão será mais uma vez o principal causador de mortes: 16.230 (12,78%). Entre as mulheres, o câncer de pulmão aparece como segunda causa de morte por câncer (4.915 óbitos previstos), atrás do câncer de mama, que tem o cigarro como fator de risco, além da obesidade, do consumo regular de álcool, da gravidez tardia (após os 30 anos), e da menopausa após os 50 anos. Os mesmos fatores estão associados ao câncer do colo do útero, o quarto colocado nas estimativas de mortes. Nos homens, o câncer de próstata é a segunda maior incidência e este ano deverá registrar 35 mil novos casos.

Em todo o mundo, o câncer de cólon e reto é a quarta neoplasia mais incidente em ambos os sexos, com mortalidade considerada baixa e prognóstico relativamente bom. A boa notícia é a tendência de queda no câncer de estômago, tanto em mortalidade quanto em incidência, resultado de mudanças sócio-econômicas, como, por exemplo, o aumento do número de domicílios com geladeira, refletindo o acesso à conservação de alimentos e aumento no consumo de frutas e legumes frescos. O câncer de pele não melanoma continua sendo o de maior incidência, tanto em homens quanto em mulheres. São previstos 82.155 novos casos, mas com poucas mortes (875).

O câncer é a segunda causa de morte no país, ultrapassando as causas externas e ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares. Essa é uma tendência que também ocorre em outros países, já que o câncer é uma doença característica de populações mais idosas e passa a vitimar mais pessoas a medida em que a longevidade aumenta. No Brasil, expectativa de vida era de 55 anos em 1960 e será de 72 anos em 2010. Além do envelhecimento da população, outros fatores contribuem para o crescimento e o tipo do câncer, como o desenvolvimento sócio-econômico, a industrialização, a exposição a fatores de risco e o acesso aos serviços de saúde.

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