Artigos de saúde

Hérnias em Crianças

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Hérnia inguinal e Femoral
- Hérnias Inguinais e femorais em crianças
- Hérnias umbilicais
- Tratamento

Por definição a hérnia significa uma abertura anormal em alguma região, mais frequentemente no abdome e região inguinal (virilha), com ou sem protusão de alguma estrutura.

As mais importantes são: as hérnias inguinais, femorais, umbilicais e as incisionais (que se originam após alguma cirurgia).

Hérnia inguinal e Femoral

A hérnia inguinal surge em 5% dos homens durante o decorrer da vida. A hérnia femoral é mais comum nas mulheres. As massas da região inguinal, tais como ínguas, lipomas tumores benignos do tecido gorduroso (os chamados "lombinhos"), dilatação da veia safena e abscessos podem ser confundidas com hérnias inguinais, tanto no adulto como nas crianças

Na hérnia inguinal, o saco peritonial, que mantém o conteúdo intra abdominal (como por exemplo, as alças intestinais), passa através da região inguinal ou da virilha. Essa região, durante o período embrionário, pode ser formada de maneira mais frágil, o que permite o extravasamento do conteúdo do abdome, como as alças intestinais, que irão fazer protusão na região, conformando a hérnia.

Quando a hérnia volta para seu lugar, através de manobras, ela é chamada de hérnia deslizante, ou seja, seu conteúdo pode ser reintroduzido na cavidade, caso contrário são chamadas de encarceradas. Essas hérnias estranguladas têm comprometimento do suprimento sangüíneo, com imensa dor local, indicando uma falta de irrigação do órgão que realizou a protusão, geralmente uma alça intestinal

No adulto, as hérnias inguinais apresentam uma massa na virilha intermitente, que tem os sintomas reproduzidos com a tosse ou algum esforço físico. Na criança recém nascida (principalmente nos prematuros), as hérnias podem surgir com o choro, por exemplo. Nas crianças maiores, a hérnia se reproduz com as mesmas manobras usadas para os adultos.

Hérnias Inguinais e femorais em crianças

As hérnias inguinais são o problema cirúrgico mais freqüente, entre as crianças que nascem com peso inferior a 1.500 g e sua incidência gira em torno de 16 a 20% nessas crianças. Atualmente existe a tendência de operar precocemente os prematuros, antes que tenham alta da unidade de cuidados intensivos. As técnicas cirúrgicas nessas crianças de baixo peso devem levar em conta a época adequada da cirurgia, o risco de aprisionamento da hérnia e o risco da anestesia, dentre outros. No entanto é mandatória a decisão de operar, já que em qualquer momento a hérnia pode estrangular e não resolver com manobras que a coloquem no lugar, fazendo com que, uma cirurgia fácil e rápida se transforme em uma emergência, gerando grande apreensão familiar e também ocasionando grandes riscos para a criança.

Num estudo de 144 crianças, operadas de hérnia inguinal com menos de 6 meses, havia uma proporção de 114 homens( 79,2%) e 30 mulheres,14(10%) a hérnia era bilateral e em 32(22%) a hérnia encarcerou. Nas hérnias encarceradas 27(27%) surgiram entre os 99 recém nascidos normais e 5 (11%) casos entre os 45 recém nascidos prematuros.
A hérnia encarcerada foi mais freqüente entre os recém nascidos normais (27%) do que entre os prematuros (11%). Pode-se esperar para operar o prematuro até ele atingir o peso de 2200 g, sem grande perigo de encarceramento.

Hérnias umbilicais

A hérnia umbilical é um defeito congênito que, na maioria dos recém nascidos, se fecha espontaneamente, até o terceiro ano de vida. A onfalocele é quando a hérnia umbilical é grande e sofre lacerações que obrigam a uma intervenção. Geralmente, essa última situação é rara, e a maioria das crianças convive normalmente com a hérnia, até que, com o crescimento, a parede do abdome se fortalece, os músculos se tornam mais firmes e aos poucos essa fragilidade, que permitia o extravasamento do conteúdo do abdome pelo umbigo, vai sendo fechada e a hérnia desaparece. O mesmo não ocorre com a hérnia inguinal, que só pode ser corrigida cirurgicamente.

Tratamento

A cirurgia de reparação da hérnia inguinal, nos casos mais comuns, não passa de aplicar alguns pontos no local. A cirurgia tradicional, com o corte na pele, já vem sendo feita em ambulatório e a alta é precoce, com excelentes resultados. A hérnia umbilical, quando apresenta um desfecho cirúrgico, também apresenta excelente evolução. As complicações, como mencionado anteriormente, ocorrem nas hérnias que têm que ser operadas de emergência.

É importante o exame físico detalhado do bebê, principalmente no primeiro ano de vida, para detectar esse problema, e assim poder corrigi-lo com toda a calma que a situação oferece.

Copyright © 2007 Bibliomed, Inc.                                        12 de julho de 2007