Artigos de saúde
Neste Artigo:
- Definições e Importância da Vacinação
- Calendário de Vacinação Infantil
- Panorama da Vacinação
- Veja Outros Artigos Relacionados ao
Tema
"A vacinação é considerada pelos especialistas um dos principais avanços na
saúde pública mundial e, em especial a brasileira. Importante meio de prevenção de
doenças infecciosas, vacinar é uma das formas de garantir saúde para crianças, adultos
e idosos, além de reduzir os riscos de epidemias em toda a comunidade."
Definições e Importância
da Vacinação
Segundo o Dr. William B. de Abreu, Infectologista da UNICAMP (Universidade Estadual de
Campinas), em artigo publicado na Internet, a vacinação é o procedimento que visa
produzir anticorpos (mecanismos de defesa) no organismo, contra determinado agente
infeccioso, antes que uma infecção seja causada por aquele agente. "Desta maneira,
após a aplicação da vacina e conseqüente produção dos anticorpos específicos, em
caso de contato natural com aquele agente infeccioso específico, os anticorpos o
neutralizarão antes que ele consiga produzir a doença", explica o médico.
O Dr. William define vacina como o produto orgânico obtido a partir de pedaços de um
agente infeccioso específico, ou do agente morto por um tratamento químico ou, ainda, do
próprio agente após tratamento por um processo que não o mata, mas diminui sua
capacidade agressiva, mantendo-o vivo, mas incapaz de produzir a doença.
O médico da Unicamp defende a vacinação, pois a considera um processo de vital
importância não só para o indivíduo imunizado, mas também para toda a comunidade da
qual este indivíduo participa. "Não podemos esquecer que o indivíduo vacinado, uma
vez que entre em contato com determinado agente infeccioso, o eliminará rapidamente
cessando o ciclo de transmissão. O indivíduo não vacinado, além de adoecer, será mais
um elo na cadeia de transmissão da doença".
Segundo o Dr. William, doenças muito graves podem ser evitadas com a vacinação.
"Na história recente da humanidade, agentes infecciosos foram eliminados de nossa
convivência (varíola p. ex.) ou, tiveram suas taxas de incidência drasticamente
diminuídas em alguns países (paralisia infantil p. ex.)", defende.
Calendário de Vacinação Infantil
Ao nascer, a criança deve receber sua primeira dose da vacina BCG, que protege contra as
formas graves da tuberculose. Com um mês de idade, recebe sua primeira dose da vacina
para Hepatite B. Aos dois meses, lhe é dada a Tríplice (conhecida pela sigla DPT e que
protege contra a difteria, a coqueluche e o tétano), mais a primeira dose da Antipólio
Oral (que protege contra a poliomielite, causadora da paralisia infantil) e a segunda dose
da vacina para Hepatite B.
Também se recomenda que, com oito semanas, o bebê seja vacinado ainda com a HiB, que
protege contra algumas formas invasivas do Haemophilus Influenzae tipo B, causador da
meningite, pneumonia e epiglotite.
Com quatro meses, a criança recebe a segunda dose da vacina para Poliomielite, e a
Tríplice novamente. Aos sete meses, chega a hora de tomar a terceira dose da vacina para
Hepatite B. Ao completar 9 meses, nova vacina: desta vez é a hora de prevenir contra o
Sarampo. Nesta idade recomenda-se ainda que se vacine contra a Febre Amarela
(antiamarílica). Com 15 meses, o bebê toma mais uma vez a Tríplice (DTP), o reforço
contra a Poliomielite e a Triviral (contra o sarampo, a rubéola e a caxumba).
Um longo período se passa, e, aos seis anos de idade, chega a hora de tomar a segunda
dose da BCG. Contra a difteria e o tétano, existe a Dupla (dT), disponível na rede
pública, aplicada a partir dos sete anos. E, de 10 em 10 anos, é recomendado tomar a
vacina Antitetânica, a contar a partir do reforço da DPT.
Parece uma Odisséia, recheada de aventuras com injeções e gotinhas, normalmente odiadas
pelas crianças, mas vale a pena. Com as vacinas, as crianças ficam protegidas de
doenças transmissíveis e são poupadas de enfermidades severas com graves
conseqüências, como é o caso da Hepatite B, que pode matar, e da Poliomielite, que
causa paralisia.
É importante lembrar que aos doze meses de idade (um ano), a criança já deverá ter
tomado todas as vacinas do esquema básico. Caso não tenha tomado ainda, deverá ser
levada ao Pólo Sanitário ou ao Posto de Saúde mais próximo de sua casa. Todas estas
vacinas estão disponíveis na rede pública, embora, na rede particular, algumas delas
tenham apresentação diferenciada.
Outras vacinas também são recomendadas pelos médicos, mas estão disponíveis somente
na rede particular. É o caso da Varicela (contra a Catapora), aplicada a partir de um ano
de idade. Pagando, é possível vacinar ainda contra a doença Pneumocócica (bactéria
responsável pela maioria das pneumonias adquiridas na comunidade). A Anti-Pneumocócica
é aplicada a partir dos dois anos de idade.
Uma vacina que tem feito sucesso, em especial entre os idosos, é a Influenza. Disponível
na rede particular e foco de largas campanhas governamentais, que a disponibiliza uma vez
por ano, ela protege contra o vírus da gripe.
Na rede particular, é possível ainda prevenir-se contra os grupos A e C da meningite
meningocócica aplicando a vacina Meningo AC a partir dos dois anos, e, a partir dos
quatro anos, contra os grupos B e C da meningite meningocócica, com a Meningo BC.
Panorama da Vacinação
De acordo com a Dra. Márcia Barsanti, Imunologista da USP (Universidade São
Paulo) e Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Imunizações, além de Diretora do
VACINE - Centro de Vacinação Dra. Márcia Barsanti, "A prevenção é a meta da
medicina do Terceiro Milênio. O desenvolvimento de novas vacinas, porém, não depende
unicamente das pesquisas científicas, mas também de vontade política e
econômica". A especialista conta que existem hoje em dia aproximadamente oitenta
vacinas em diferentes fases de desenvolvimento, pesquisa e implantação, o que comprova
que ainda teremos, em breve, grandes avanços no que diz respeito à vacinação.
A médica acredita que a indústria farmacêutica, o governo e as entidades
não-governamentais precisam se unir para que o financiamento de diversos projetos saia do
papel. "Um fator muito importante é a pressão que a própria sociedade exerce em
todo este processo. Quando há uma cobrança por parte da população, todas as entidades
se aplicam para promover resultados", estimula, baseada na constatação de que, no
Brasil, a pressão da sociedade está promovendo a incorporação da vacina contra
hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b no calendário oficial de vacinação infantil.
Segundo a Dra. Márcia, esta mesma pressão está fazendo com que várias empresas e
corporações promovam campanhas de vacinação para seus funcionários e dependentes, o
que conta ainda com um importante apelo econômico: cálculos empresariais estimam que as
indústrias cheguem a economizar US$ 60,00 por funcionário, anualmente, em conseqüência
da redução das faltas ao trabalho (absenteísmo) causadas por doenças
imuno-preveníveis.
Em um futuro próximo, a Dra. Márcia aposta nos benefícios de vacinas contra Herpes 2,
Neisseria gonorrhoeae, Papilomavírus, Chlamydia trachomatis e Treponema pallidum, todas
elas em diferentes estágios de pesquisa e desenvolvimento e focadas nas doenças
sexualmente transmissíveis, de grande importância para a população hoje adolescente.
"Uma forma eficaz de imunização desta população será através do sistema de
saúde das escolas, com a superposição de um esquema vacinal acoplado ao currículo do
aluno", acredita a médica, que acrescenta que "se as tentativas de vacinação
desta parcela da população tiverem êxito, a proteção imunológica irá se estender
até a idade adulta e os benefícios, sob todos os pontos de vista, serão
incomensuráveis".
Sobre o público mais velho, a Dra. Márcia avalia que as vacinas contra influenza,
antipneumocócica e dupla (antidiftérica e tetânica) já demonstraram ser eficientes na
prevenção da morbi-mortalidade em pessoas com mais de 60 anos. "Novas formas de
administração destas vacinas, como a vacina contra influenza em spray, só deverão
aumentar a adesão desta população alvo. Aliás, espera-se já para o próximo ano a
utilização desta forma de vacina que, em estudos, demonstrou ser até mais eficaz que a
vacina usada por via intramuscular, promovendo proteção de cerca de 90% contra a
gripe", prevê.
Copyright © 2001 eHealth Latin America
10
de Abril de 2001
Veja também