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Doenças Cardiovasculares em Crianças

Segundo o Doutor Claude Yanaret, Pediatra da Organização Sanitas Internacional, os problemas de coração em crianças podem ser detectados desde a décima oitava e décima nona semana de gestação e alguns outros casos desde a décima terceira.

Desta forma os pediatras têm em suas mãos, a tarefa fundamental de detectar os sintomas e sinais de provável origem cardiovascular, contando para isso com ferramentas tecnológicas que hoje em dia complementam a função deste profissional. Com estas novas possibilidades pode-se reconhecer de maneira exata a presença de determinadas enfermidades que dificultam as funções do coração, das artérias, e outros componentes do aparelho cardiovascular de uma criança.

Médicos como o Doutor Esteban Carmuega - médico do Centro CESNI de Buenos Aires e colaborador da Organização Mundial de Saúde - afirma que "durante as gestação e nos primeiros três anos, é que são estabelecidos certos mecanismos biológicos que nos acompanharão ao longo da vida."Daí a necessidade do papel do pediatra na atenção ao recém-nascido.

Deve-se levar em conta que durante os primeiros dias de vida se desencadeiam as mudanças mais importantes no aparelho cardiovascular infantil, há de se adaptar a circulação uterina à vida fora do ventre materno. É por isso que é importante conhecer e seguir tais mudanças através de exames complementares, que incluem a medida do peso, altura, idade gestacional, a forma da alimentação do bêbe, a respiração o nível de atividade física, a presença de dores ou dificuldades articulares, os resultados destes estudos de diagnóstico e a consideração dos antecedentes hereditários, assim como também as características da saúde da mãe durante os meses da gravidez.

Em geral as cardiopatias congênitas resultam em ser as patologias mais comuns quando se detecta alguma dificuldade cardiovascular em crianças. Através do reconhecimento clínico, de eletrocardiogramas, radiografias e da correta valorização da função cardíaca, poderá ser tratado rapidamente um caso concreto de insuficiência cardíaca, bem como evitar um alarme excessivo causado pela identificação de um sopro discreto, onde a saúde da criança quase nunca está comprometida.

De todas as formas a oportunidade de atuação de um especialista no tema em conjunto com o médico clínico, determinará as medidas subseqüentes e a real importância dos sinais e sintomas encontrados. O risco da doença cardíaca congênita é alarmante. Adiquire-se maior incidência se um familiar direto for portador de uma patologia.

Deve ter-se em conta que nestes casos as conclusões dependerão dos especialistas e sobre a base do tipo de antecedente familiar em relação à cardiopatia envolvida.

As Causas

Algumas causas de doenças cardíacas congênitas alem da herança e dos fatores genéticos, são de natureza ambiental, tais como a radiação, infecções, drogas, diabetes, lupus, Síndrome de Down, entre outras.

As tipologias mais freqüentes de cardiopatias congênitas podem ser classificadas em cianóticas e acianóticas.

Para dar uma explicação simples e para se compreender o tema, teremos em conta que o coração é um músculo que bombeia o sangue pelo corpo. Está dividido em quatro partes denominadas câmaras cardíacas (dois átrios e dois ventrículos). Um átrio e um ventrículo estão localizados no lado direito do coração e os outros dois no lado esquerdo. Dentro do coração existem quatro válvulas- abertas unidirecionalmente - que permitem ao sangue circular unicamente em uma determinada direção (entrado ou saindo).

O sangue vai do coração aos pulmões, onde recebe oxigênio, necessário a todo o corpo, e adquire uma cor brilhante regressando ao coração. Este, logo bombeia o sangue através do corpo pelas artérias. Conforme o oxigênio é usado pelos tecidos e órgãos do corpo, o sangue volta a escurecer e retorna pelas veias ao coração de onde o processo começa todo novamente.

As anomalias congênitas podem impedir que este processo se desencadeie corretamente e em grau menor afetar a capacidade da criança. Alguns bêbes já apresentam sintomas. Outros podem possuir apenas um ruído diferente na ausculta do coração - denominado normalmente de sopro - os que por sua vez podem ser inocentes ou funcionais. Outra possibilidade é a existência de um desarranjo dos tecidos do coração.

Em alguns casos estas patologias impedem que o coração bombeie sangue adequadamente até os pulmões e outras partes do corpo, fato que pode causar uma insuficiência cardíaca. A criança afetada sentirá palpitações e dificuldades para respirar. Outras vezes pode suceder que as manifestações não serão evidentes até a adolescência ou a idade adulta.

Tratamento e Prevenção

Dependendo do caso as diferentes patologias podem ser tratadas clinicamente com atenção médica e farmacológica, ou nos casos mais complexos há que se intervir cirurgicamente, seja com práticas reparadoras, paliativas ou até o transplante. A ciência atualmente permite a implementação de técnicas cada vez mais aplicáveis e com maiores possibilidades para a cirurgia, podendo ser realizadas em recém-nascidos, lactentes e crianças na primeira e segunda infância.

Algumas destas patologias cardiovasculares são como explicado anteriormente, as cardiopatias congênitas, a endocardite infecciosa, a miocardite, a pericardite, a insuficiência cardíaca, a hipertensão arterial e mais outras relacionadas às anteriores. Cada uma representará uma sintomatologia particular na criança e deverá também ser tratada de maneira específica.

Entre os antecedentes na Argentina sobre patologias cardiovasculares comprometidas, está o Dr. Florentino Vargas, especialista em transplantes cardíacos infantis, tendo realizado mais de 30 intervenções no país desde o ano de 1996. Em sua maioria os resultados foram positivos. "Esta experiência Argentina foi representada e publicada em congressos nacionais e internacionais, mas a sua principal importância foi no impacto sobre a vida e a doação de órgãos" desvreveu o especialista para o jornal Clarín de Buenos Aires.

A experiência e as espectativas com relação às enfermidades cardiovasculares em crianças são cada vez mais animadoras. O principal é o controle médico e a atenção dos pais diante dos sinais e sintomas que seus filhos podem desenvolver. Dificuldades respiratórias, palpitações, falta de apetite, perda de peso, antecedentes familiares ou algum outro sintoma que chame à atenção deve ser motivo para uma consulta ao pediatra.

O especialista será a pessoa mais indicada para reconhecer a presença de algum incoviniente de saúde. Não se deve ter uma preocupação desmedida sem antes ouvir a opinião de um médico. O Dr. Mario Ciruzzi, chefe da Unidade Coronariana do Hospital Pirovano, relembra a importância das consultas periódicas ao médico, dos bons hábitos de vida e sempre ter em conta antecedentes familiares. "Os antecedentes são um fator de risco imutável, por que fazem parte de uma bagagem genética, conhecê-los é poder prevení-los".

A boa alimentação, a atividade física e outras medidas preventivas são fatores variáveis que melhoram a qualidade de vida e a chegada da maturidade. O antecedente familiar é um fator de risco fácil de identificar, daí a importância da atenção médica e o acompanhamento tanto da mãe, desde a gestação, como do filho, desde o nascimento até a vida adulta.

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