Artigos de saúde
Neste artigo:
- Principais fontes
- Excesso
- Carência/Causas
- Conseqüências
- Programa
- Situação Geral
O nosso organismo, depende de diversos elementos que ingerimos, os nutrientes. Dentre estes nutrientes, podemos observar os sais minerais, que são de extrema importância para a nossa saúde.
Os minerais, segundo o especialista em nutrição e
dietética, Romero Alves Teixeira fazem parte de dois dos três grupos de alimentos que
necessitamos ingerir, o grupo dos alimentos construtores e o grupo dos alimentos
energéticos.
O cálcio, fósforo, iodo, zinco, cobre, sódio, potássio, magnésio entre outros são os
minerais mais importantes e conhecidos. O ferro é um nutriente essencial para a vida e
atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no
transporte do oxigênio para todas as células do corpo.
Segundo o especialista, a ingestão deficiente de ferro é muito mais comum do que se
imagina, tanto que no Brasil, existem programas governamentais de combate à carência de
ferro; na alimentação da população. As anêmicas, mulheres em fase reprodutiva, como
as gestantes e crianças são os grupos mais vulneráveis. Porém, muitos adultos, devido
aos maus hábitos alimentares podem também ter carência de ferro.
Os hábitos alimentares guardam estreita relação com a deficiência de Ferro.
Alimentação com pouca verdura folhosa de cor escura, com pouca carne vermelha, ou com
muitos cereais refinados e pobres em leguminosas (feijões), geralmente ofertam pouca
quantidade de Ferro ao nosso organismo. Além disso, a absorção intestinal do ferro pode
ser afetada por diversos fatores tidos como: a ingestão excessiva de cálcio, cobre,
zinco (interações institucionais entre nutrientes), ingestão deficiente de vitamina C e
Proteínas, ingestão pequena de um tipo de ferro denominado Ferro Heme, presente nas
carnes vermelhas.
A ingestão simultânea de Ferro e vitamina C e/ou proteínas aumenta a absorção de
ferro, por isso sua alimentação equilibrada é de grande importância para a
manutenção da saúde de uma forma global.
Principais fontes
O especialista comenta que o ferro pode ser fornecido ao organismo por alimentos de origem
animal e vegetal. O ferro de origem animal é melhor aproveitado pelo organismo. São
melhores fontes de ferro as carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e
outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos
crus. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o leite e o ovo não são fontes
importantes de ferro. Entretanto, no mercado já existem os leites enriquecidos com
ferro. Entre os alimentos de origem vegetal, destaca-se como fonte de ferro, os folhosos na
cor verde-escura (exceto espinafre), como o agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as
leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou
enriquecidos; nozes e castanhas, melado de cana, rapadura, açúcar mascavo. O açaí é
uma fruta muito rica em ferro. Também existem disponíveis no mercado alimentos
enriquecidos com ferro como farinhas de trigo e milho, cereais matinais, entre outros.
Excesso
A ingestão excessiva de Ferro, segundo o especialista, pode ser tóxica sobretudo quando
há um uso exagerado na sua forma medicamentosa. A ingestão excessiva de Ferro dos
alimentos raramente chega à toxicidade. As necessidades diárias de Ferro, variam
conforme a idade, o sexo e a fase fisiológica da vida de cada indivíduo. Os homens
adultos necessitam de 10 mg/dia, as mulheres adultas requerem 15 mg/dia, gestantes
requerem 30 mg/diárias, e nutrientes de 16 a 19 mg/dia. As necessidades de crianças
variam de 6 a 12 mg/dia, conforme as recomendações dietéticas internacionais,
Carência/Causas
Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames
laboratoriais, como o de sangue para que seja confirmado o diagnóstico. Os principais
sinais e sintomas são: a fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez de
pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho,
dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia (crianças muito "paradas").
A deficiência de ferro pode ser causada pela ingestão insuficiente de alimentos ricos em
ferro. Os indivíduos podem ingerir alimentos em quantidades insuficientes, levando a uma
ingestão também insuficiente de ferro. Isso ocorre porque as pessoas/famílias não
dispõem de recursos financeiros para adquirirem os alimentos necessários a sua
sobrevivência e também porque podem desconhecer os alimentos que são as fontes mais
ricas de Ferro. O ferro originado de alimentos de origem animal (carnes, por exemplo) é
muito melhor aproveitado pelo nosso organismo do que aquele de origem vegetal. Por isso,
é importante ter uma alimentação que contenha alimentos de origem animal e vegetal,
principalmente para aqueles indivíduos que apresentam uma necessidade aumentada desse
nutriente.
As crianças em fase de crescimento, adolescentes, mulheres gestantes e lactantes,
mulheres em idade reprodutiva, indivíduos que exercem atividade física intensa. Por
outro lado, é preciso destacar ainda que a falta de saneamento básico como uma das
medidas mais importantes para evitar as parasitoses. Os indivíduos adquirem parasitoses
em contato com ambientes infectados por vermes ou quando ingerem água não tratada e
alimentos contaminados por parasitas. As parasitoses podem também causar este tipo de
anemia ou agravar a deficiência de ferro do indivíduo. Outras causas são as perdas
excessivas de sangue como as hemorragias, menstruação excessiva, verminoses e o aumento
das necessidades orgânicas de ferro através do crescimento, gestação e lactação,
esclarece.
Conseqüências
A carência de ferro é denominada anemia ferropriva ou anemia por carência de ferro. É
uma deficiência nutricional grave que afeta grande parcela da população mundial de
praticamente todos os estratos sociais. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que
estão amamentando), meninas adolescentes, mulheres adultas em fase de reprodução são
os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens, adolescentes, adultos e os
idosos também possam ser afetados por ela.
A anemia ferropriva está associada a maior mortalidade entre mulheres parturientes e ao
aumento do risco de nascimento de crianças prematuras e de crianças de baixo peso ao
nascer. Alguns estudos relatam a queda de produtividade dos trabalhadores como estando
associada este tipo de anemia. A deficiência de ferro influencia também na resistência
dos indivíduos às infecções. Existe uma maior propensão às infecções e maior
mortalidade entre crianças com deficiência de ferro. Além disso, alguns estudos revelam
atrasos no crescimento associado a este tipo de anemia
Programa
A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual
o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de
um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. As anemias
podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco, Vitamina B12
e proteínas. Porém, a Anemia causada por deficiência de Ferro, denominada anemia
ferropriva, é muito mais comum que as demais. Estima-se que 90% (das anemias sejam
causadas por carência de Ferro).
O Ministério da Saúde está desenvolvendo no Brasil duas estratégias de intervenção
básicas. O projeto para o controle dessa anemia em crianças menores de dois anos, nos
municípios de atuação do Projeto de Redução da Mortalidade na Infância. Este
trabalho teve início em 1998, quando foram priorizados os municípios da Região
Nordeste. As prioridades foram definidas em função das altas taxas de Anemia e pela
necessidade de um intenso trabalho educativo junto às famílias das crianças, garantindo
a adesão necessária ao sucesso da suplementação medicamentosa. O objetivo principal é
reduzir a incidência da anemia entre crianças de 6-24 meses, residentes na Região
Nordeste. Atualmente é feita a distribuição das doses semanais de sulfato ferroso,
além da realização de atividades de orientação alimentar a todas as famílias.
O segundo trabalho acontece através do programa de redução da anemia causada pela
deficiência de ferro no Brasil que é priorizada entre as diretrizes da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição. Criado em maio de 1999. O objetivo foi estabelecer
uma ampla mobilização nacional, em prol da redução da anemia, através do intermédio
da promoção da alimentação saudável, da orientação do consumidor para a
diversificação de dieta a baixo custo, da distribuição de suplementos na rede de
saúde para grupos populacionais específicos e fortificação de parte da produção
brasileira das farinhas de trigo e milho. A meta é reduzir esta anemia em pré-escolares
e escolares brasileiros em 1/3, até o ano 2003.
Situação Geral
A anemia por deficiência de ferro é tão comum no mundo que é encontrada, virtualmente,
em todos os países, incluindo os industrializados. Os grupos populacionais mais
vulneráveis a anemia ferrropriva de qualquer natureza incluem, em ordem de prioridade:
mulheres grávidas e lactentes, crianças (0-2 anos), crianças pré-escolares (2-6 anos),
mulheres não grávidas em idade de procriação, idosos, adolescentes e homens adultos.
Mais de 2 bilhões de pessoas, isto é, 1/3 da população mundial são anêmicas devido a
várias causas, incluindo a deficiência de ferro,que é causa subjacente em cerca de 1
bilhão de casos de anemia. Além disso, outro 1 bilhão de pessoas possui um estoque
subnormal de ferro, ou seja, possuem deficiência de ferro, sem, porém, serem
consideradas clinicamente anêmicas
A anemia ferropriva traz os seguintes efeitos adversos ou conseqüências como a
diminuição da produtividade no trabalho, diminuição da capacidade de aprendizado,
retardamento do crescimento, apatia (morbidez), perda significativa de habilidade
cognitiva, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal. Além disso, pode ser
responsável ou estar associada a até 50% das mortes de parturiente e ser a causa
primária de uma entre cinco mortes de parturientes.
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10 de Dezembro de 2003
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