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Mais Sobre o Ácido Úrico

A artrite gotosa primária é caracterizada por hiperuricemia causada por superprodução (90% dos casos) ou excreção diminuída (10% dos casos) de ácido úrico. Os cristais de urato podem depositar-se nas articulações, nos tecidos subcutâneos (tofos) e nos rins.

Os homens são afetados mais freqüentemente do que as mulheres; a maioria destas, antes da menopausa, com gota, apresenta uma história familiar da doença. As fases clínicas da gota podem ser divididas em (1) hiperuricemia assintomática, (2) artrite gotosa aguda e (3) artrite crônica.

A hiperuricemia assintomática (níveis de ácido úrico > 8 mg/dl em homens e > 7 mg/dl em mulheres) não é rotineiramente tratada em virtude do custo, da toxicidade medicamentosa em potencial e do baixo risco de evolução adversa quanto à própria uricemia.

A artrite gotosa aguda ocorre sob a forma de crise excruciante de dor, geralmente em uma única articulação do pé ou do tornozelo. Ocasionalmente, um início poliarticular pode simular a AR.

As crises podem ser precipitadas por cirurgia, desidratação, jejum, bulimia ou ingesta moderada de álcool. Embora a crise gotosa aguda regrida espontaneamente, em vários dias, o tratamento imediato pode abortar a crise em horas.

O nível sérico de ácido úrico é normal em 30% dos pacientes com gota aguda e, se elevado, não deve ser manipulado até que uma crise tenha regredido.

Com o passar do tempo, as crises de gota aguda ocorrem com maior freqüência e os períodos assintomáticos são menores, podendo ocorrer deformidade articular crônica.

A colchicina (0,5-0,6 mg VO por dia ou 2 vezes ao dia) pode ser usada profilaticamente para crises agudas. A aspirina (que retém ácido úrico), diuréticos, ingesta excessiva de álcool e alimentos ricos em purinas (pães doces, anchovas, sardinhas, fígado e rim) devem ser evitados.

O nível sérico de ácido úrico deve ser reduzido se as crises de artrite forem freqüentes, houver lesão renal ou se os níveis séricos ou urinários de ácido úrico estiverem consistentemente elevados.

A colchicina de manutenção, 0,5-0,6 mg VO 2 vezes ao dia, deve ser administrada alguns dias antes da manipulação do nível de ácido úrico, para evitar precipitação de uma crise aguda. Se não ocorrerem crises após o ácido úrico ser mantido no espectro normal durante 6-8 semanas, a colchicina pode ser interrompida.

Fonte: Manual de Terapêutica Clínica - 28a. Ed. - 1996.

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