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Rato Clonado não Mostra Sinais de Envelhecimento Precoce

Por Patricia Reaney

LONDRES (Reuters) - A clonagem parece retardar ou até mesmo reverter o processo de envelhecimento em gerações sucessivas de camundongos, afirmaram cientistas na quarta-feira.

Resultados de um estudo norte-americano com seis gerações de camundongos apontam para a direção contrária à da ovelha Dolly, cujas células pareciam envelhecer antes do tempo.

"Gerações sucessivas não demonstraram sinais de envelhecimento precoce", disse Teruhiko Wakayama, pesquisador da Universidade do Hava" que coordenou o estudo, em um artigo publicado na revista Nature.

As descobertas, similares àquelas relatadas pela empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology (ACT) em vacas clonadas, podem contribuir para o avanço de pesquisas em tecnologia de clonagem para tratar doenças relacionadas ao envelhecimento ou para substituir órgãos e tecidos humanos.

A idade de uma célula é determinada pelo comprimento dos telômeros -- o DNA na extremidade dos cromossomos. Cada vez que uma célula se divide, os telômeros diminuem, até o momento em que eles ficam tão curtos que a célula morre.

Todas as células do corpo, com exceção de células cancerosas, células reprodutivas e embriões, passam por esse processo.

Os telômeros da Dolly, que foi clonada de uma ovelha de 6 anos, eram menores do que aqueles de uma ovelha de sua idade. Nos camundongos clonados, no entanto, aconteceu o contrário.

"Não houve evidência de encurtamento dos telômeros, normalmente um indicador da senescência celular (quando as células param de se dividir). Na verdade, eles pareceram aumentar um pouco no comprimento", afirmou Wakayama, que agora está na Universidade Rockefeller, em Nova York.

Ele não sabe porque os telômeros são maiores ou se os camundongos clonados irão viver mais. A quinta geração de ratos clonados de um clone de um clone viveu até a meia-idade equivalente para camundongos. A sexta geração, no entanto, foi devorada por sua mãe de criação, dando um final abrupto ao experimento.

"Este é um estudo preliminar, mas muito importante, que precisa ser repetido se possível", disse Tony Perry, cientista da Universidade Rockefeller que contribui na pesquisa.

"Um mecanismo normal através do qual a vida de uma célula é limitada pode ser ineficaz nos clones. Outros mecanismos, no entanto, que limitam este período de vida, podem estar funcionando ainda", acrescentou Perry.

Sinopse preparada por Reuters Health

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