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Beta Interferon Não é Regra Contra Esclerose Múltipla

Por Richard Woodman

LONDRES (Reuters Health) - O National Institute for Clinical Excellence (Nice, sigla para Instituto Nacional para Excelência Clínica), órgão de vigilância farmacêutica da Grã-Bretanha, confirmou suas avaliações preliminares de que não existe evidência suficiente para justificar o uso geral do beta interferon em pacientes com esclerose múltipla, conforme fontes informaram na segunda-feira à Reuters Health.

Segundo estas fontes, uma apelação seria apresentada pela Multiple Sclerosis Society (Sociedade de Esclerose Múltipla), que representa os portadores desta moléstia e também, provavelmente, pelos fabricantes Schering, Biogen e Serono.

Oficialmente, nenhum dos apelantes envolvidos no processo pôde comentar o fato, porque assinaram acordos confidenciais. Mas uma pessoa envolvida no assunto disse: "Pode estar certo que vai haver uma apelação".

A mesma fonte informou que nada mudou substancialmente entre as avaliações negativas preliminares do Nice, em julho, e as avaliações finais recebidas confidencialmente pelos apelantes dez dias atrás.

O prazo final para entrar com a apelação é terça-feira, e o resultado não será conhecido antes do final de setembro.

Outra fonte informou que seria bastante equivocado interpretar as notícias de uma apelação de forma completamente negativa já que o argumento pode ser mais sobre a escala de incapacidade que faria o uso da droga válido que a proibição total da droga.

Na sua opinião, ir para apelação era um "forte apelo" porque atrasaria a decisão final e a possibilidade de tratamento para alguns pacientes por pelo menos mais um mês.

As companhias estimam que cerca de metade das 85 mil pessoas com esclerose múltipla na Grã-Bretanha tem necessidade clínica de usar uma droga de beta interferon, mas somente 2 por cento receberam a receita.

Também afirmam que as políticas de financiamento são formuladas localmente, resultando na chamada prescrição pós-código onde os tratamentos dependem mais do local onde os pacientes vivem que de suas necessidades clínicas.

A controvérsia sobre as drogas para esclerose múltipla foi abastecida recentemente pelo professor Alan Maynard, economista de saúde na Universidade de York, que acusou a Sociedade de Esclerose Múltipla de estar muito próxima às empresas farmacêuticas.

Conforme escreveu no Pharmaceutical Times, a Sociedade deveria pedir a redução nos altos preços dos beta interferon na Grã-Bretanha, em vez de gastar seu tempo criticando a Nice, acusações que foram negadas fortemente pela Sociedade.

Enquanto isso, um estudo financiado pela Biogen e publicado no jornal PharmaEconomics no mês passado alegou que todos os estudos anteriores da efetividade dos custos cometeram o erro de assumir que os benefícios do tratamento não são mantidos a longo prazo.

Mudando esta premissa, os autores disseram que, levando em os conta custos sociais, o tratamento resulta em economia a longo prazo.

A esclerose múltipla é uma doença crônica e progressiva, em que o corpo perde parte de mielina (cobertura protetora das células nervosas) que atua como cobertura protetora nos nervos incluindo os do cérebro e espinha dorsal.

Embora a causa seja desconhecida, a doença é reconhecida como sendo uma desordem auto-imune, em que o sistema imunológico trata a mielina como um invasor estranho eventualmente atacando e destruindo a proteção. Esta destruição provoca marcas e danos nos nervos causando sintomas que vão de entorpecimento e formigamento a embaçamento da visão e paralisia.

Sinopse preparada por Reuters Health

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