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Grande número de mortes por trauma no Brasil preocupa especialistas

17 de agosto de 2010 (Bibliomed). Nos últimos anos, o número de mortes causadas por traumas tem representado uma preocupação muito grande para as autoridades de saúde brasileiras. Atualmente, esse índice varia entre 120 mil e 130 mil mortes ao ano no Brasil, e, para cada morto, são três sequelados graves, o que resulta em um número assustador de 450 mil sequelados por ano, segundo o Datasus.

As principais causas do trauma são as ocorrências de trânsito e a violência. Entre as ocorrências de trânsito, estão as colisões de automóveis, o atropelamento, a queda de motocicleta e bicicleta. Só na cidade de São Paulo, três motociclistas que se envolvem em acidentes de trânsito morrem a cada dois dias, sendo que outros nove ficam com sequelas graves, incluindo a impossibilidade de andar, alterações da fala e da visão, defeitos físicos e estéticos, dificuldade para comer, estudar e trabalhar. Em relação à violência, o tiro e a facada são os campeões. Um das ocorrências mais comuns, tanto no trânsito, quanto em agressões, é o abuso de álcool. E, em menor escala, o trabalho, o suicídio e queimaduras também são fontes do trauma.

O trauma atinge principalmente jovens, que estão em idade economicamente ativa, causando um impacto significativo para a economia do País. Além disso, acomete mais a população masculina, pois é a que, historicamente, está mais exposta aos fatores causais. "O homem se expõe mais: começa a trabalhar mais cedo, realiza mais trabalhos braçais e também está mais envolvido em violência", explica o médico Renato Poggetti, coordenador do Centro de Referência em Trauma do Hospital 9 de Julho.

Atendimento na primeira hora

De acordo com o especialista, o atendimento ao traumatizado deve ser realizado, necessariamente, em até uma hora após a ocorrência do trauma, com tratamento adequado, para evitar complicações e sequelas graves e até mesmo a morte. E a presença de uma equipe multiprofissional especializada, profissionais treinados para identificar a doença, protocolos médicos específicos e leitos de UTI podem melhorar o prognóstico e evitar mortes.

O médico explica que o trauma não deve ser visto como um acidente, e sim como uma doença, pois, segundo ele, acidentes são ocorrências imprevisíveis, incontroláveis, inesperadas como um tremor de terra, por exemplo, sobre o qual a ação humana traz resultados insignificantes. Já o trauma pode ser evitável, previsível e controlável. "É, portanto, uma doença que ocorre em função da falta de cuidado de alguma das partes envolvidas no evento que o produz", conclui.

Fonte: RMA Comunicação. Press release. 16 de agosto de 2010.

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