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Distúrbios de sono podem contribuir para o diabetes gestacional, aponta estudo

29 de junho de 2010 (Bibliomed). Os distúrbios de sono durante a gravidez podem aumentar os riscos de a mulher desenvolver o diabetes nesse período da vida, principalmente se a gestante estiver acima do peso ideal, segundo estudo apresentado neste mês no Encontro Científico da Associação Americana de Diabetes. De acordo com os pesquisadores, a gravidez é associada com uma redução na qualidade de sono, e, se isso for determinado por distúrbios respiratórios, há mais chances de as mulheres terem diabetes gestacional - problema associado a piores resultados na gravidez, incluindo bebê com baixo peso e menor estatura.

Avaliando 157 gestantes, os especialistas observaram que a maioria tinha qualidade ruim de sono - 92% tinham interrupções no sono -, 40% apresentavam alto índice de sonolência diurna, e mais de um quarto tinha maior risco de distúrbios respiratórios de sono. Segundo os pesquisadores, 20% delas apresentaram tolerância à glicose anormal (problema associado ao diabetes) - sendo 20 mulheres com diabetes gestacional e 11 com um valor apenas anormal. E essas mulheres, em média, eram mais velhas (média de 31 anos, contra 28 anos), tinham mais chances de estarem acima do peso antes da gravidez, e maior prevalência de diabetes em um parente de primeiro grau (66,7% vs. 21,6%), comparadas àquelas com tolerância à glicose normal.

As análises de questionários sobre a qualidade de sono não indicaram, entre esses dois grupos, diferenças significativas em relação à sonolência diurna, qualidade de sono, duração do sono, humor, risco de distúrbios respiratórios de sono e peso do bebê ao nascer. Por outro lado, avaliando o sono das gestantes através de um equipamento chamado polissonografia, os especialistas observaram baixa eficiência do sono e maior índice de apneia do sono entre as diabéticas. Além disso, as diabéticas que apresentavam problemas respiratórios de sono tinham filhos com menor peso ao nascer.

“A gravidez é associada com uma redução na qualidade de sono e um aumento na sonolência diurna”, destacaram os pesquisadores em apresentação oral no congresso. “Apesar de os questionários não revelarem diferenças na qualidade do sono entre mulheres com tolerância à glicose normal e mulheres com tolerância à glicose anormal, as últimas tiveram prevalência extremamente alta de distúrbios respiratórios do sono na polissonografia”, continuaram os especialistas, acrescentando que “as mulheres com diabetes gestacional e com distúrbios respiratórios do sono tinham recém-nascidos menores do que aquelas sem distúrbios respiratórios”.

Baseados nos resultados, os especialistas recomendam que as gestantes com sobrepeso e obesidade sejam acompanhadas de perto e triadas para o diabetes gestacional e distúrbios como a apneia, a fim de se evitar problemas e resultados adversos para a gravidez.

Fonte: 70th American Diabetes Association's Scientific Sessions. Abstract 0011-OR.

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