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04 de maio de 2010 (Bibliomed). Acidentes como o sofrido no final de abril pelo jogador Neymar, do Santos Futebol Clube, são frequentes e podem trazer sérios prejuízos à visão se não tratados em tempo, segundo especialistas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, a cada ano, entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas ficam cegas no mundo em consequência de danos causados por traumas oculares. “O trauma que resulta de uma contusão, uma batida ou uma colisão contra o olho é o mais comum e pode gerar desde um simples arranhão na córnea até um descolamento de retina, o desencadeamento de uma catarata precoce ou glaucoma, dependendo da gravidade”, avalia o oftalmologista Sérgio Kniggendorf, do Hospital Oftalmológico de Brasília.
De acordo com os especialistas, o acidente ocorrido com o jogador do Santos serve de alerta para que vítimas de traumas oculares, em qualquer idade e circunstância, não deixem de avaliar as consequências rapidamente. O atleta teve uma hemorragia no olho direito, em razão de colisão com o zagueiro Toninho, do time do Santo André, e sua própria mão atingiu o olho em alta velocidade. São acidentes que podem ocorrer nas escolas, nas academias, em brincadeiras infantis, ou nas atividades rotineiras.
O oftalmologista explica que há diferentes tipos de traumas oculares. Além do contuso, há o perfurante, que consiste no corte ou perfuração do globo ocular por algum corpo estranho. “Acidentes envolvendo metais que chegam a perfurar e se instalar na estrutura ocular são perigosíssimos, podem levar a perda total da visão em questão de dias”, adverte.
Os danos causados aos olhos por traumas contusos variam de acordo com a gravidade e a intensidade da colisão que o provocou. Segundo o oftalmologista, se o resultado da contusão for apenas um arranhão no epitélio - fina camada de pele que envolve a córnea -, o paciente pode apresentar o quadro de dor e embaçamento da visão, que melhoram em até dois dias. “Há também situações nas quais os pacientes apresentam o quadro de hemorragia, mas melhoram em até três dias”. Nos casos mais graves, o paciente corre o risco de desenvolver uma catarata precoce ou até o descolamento de retina. Esse quadro é considerado de urgência oftalmológica e, assim que apontado o diagnóstico, o paciente deve passar por cirurgia, uma vez que pode acontecer a morte da retina e, consequentemente, a perda da visão.
Cuidados
Além da observação frequente no caso das crianças - que costumam omitir dos pais os traumas oculares -, é imprescindível o acompanhamento médico periódico dos pacientes que já sofreram traumas oculares, mesmo leves. O objetivo é a prevenção de quadros mais sérios como o aparecimento do glaucoma. “Quando um indivíduo sofre um acidente, com trauma ocular, a relação entre os fluídos produzidos pelo olho é alterada. Se há um aumento na produção e uma dificuldade no escoamento desses fluídos, a pressão intraocular aumenta, e há possibilidade de desenvolver glaucoma”, explica o oftalmologista.
O especialista acrescenta que é imprescindível que o paciente traumatizado seja acompanhado por um oftalmologista, que deverá monitorar a pressão do olho agredido e prescrever medicação para gerenciar os níveis da pressão quando necessário.
Fonte: ATF Comunicação/ HOB. Press release. 03 de maio de 2010.
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