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Extração dos ovários pode não ser necessária no câncer de endométrio, diz estudo

28 de janeiro de 2009 (Bibliomed). Mulheres com menos de 45 anos com câncer de endométrio (revestimento do útero) em estágio inicial não precisam necessariamente ter os ovários extraídos no tratamento contra a doença, segundo um estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Publicado esta semana no Journal of Clinical Oncology, o estudo indica que não há diferença nas taxas de sobrevivência em cinco anos entre aquelas que retiram os ovários, como parte do tratamento convencional, e aquelas que permanecem com eles intactos.

O estudo avaliou mais de três mil mulheres com 45 anos ou menos que foram diagnosticadas com câncer endometrial no período entre 1988 e 2004 e foram registradas em um banco de dados nacional.

E os resultados indicaram que não havia diferenças significativas na sobrevida em cinco anos: entre as mulheres que tiveram os ovários removidos, a taxa de sobrevivência foi de 98% para câncer no estágio IA, 96% para o estágio IB e 89% para o IC; e naquelas que mantiveram os ovários, as taxas foram de 98%, 100% e 86%, respectivamente.

Os autores destacam que os benefícios de se manter os ovários seriam consideráveis, pois essas mulheres mais jovens adiariam os desconfortáveis efeitos da menopausa, como ondas de calor, secura vaginal e outros sintomas provocados pela retirada dos ovários. Além disso, evitar o procedimento reduziria os riscos de doença cardíaca e perda óssea.

Porém, apesar de encontrar vantagens na manutenção dos ovários, os especialistas destacam que mais estudos e discussões são necessárias antes de haver uma mudança no protocolo. “Este é um estudo retrospectivo, então é difícil dizer com certeza que deveríamos mudar a prática baseado nisso”, disse o líder do estudo, o ginecologista Jason D. Wright. “Mas é definitivamente uma descoberta provocativa, e parece que a preservação do ovário é segura”.

Por isso, os especialistas defendem um atendimento individualizado para cada paciente, avaliando histórico familiar, estágio do tumor, agressividade do câncer e a vulnerabilidade genética do paciente. Além disso, riscos e benefícios de cada uma das opções devem ser discutidos com as pacientes.

Fonte: Journal of Clinical Oncology. 26 de janeiro de 2009.

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