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Retinopatia diabética está entre as principais causas de cegueira evitável

14 de novembro de 2008 (Bibliomed). “Após 15 anos de diabetes, a prevalência de retinopatia ultrapassa os 80%”, segundo o oftalmologista Christian Marcellus de Camargo Campos, do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, destacando que os cuidados com a visão em casos de diabetes ainda é negligenciado, o que faz da complicação uma as principais causas de cegueira evitável do mundo. O especialista avalia o panorama da doença em ocasião ao Dia Mundial de Combate ao Diabetes – 14 de novembro.

A retinopatia diabética consiste em lesões na retina e se inicia com aparecimento de pequenos pontos de sangramento. O agravamento do quadro pode levar à perda da acuidade visual. Exames de rotina, como de fundo de olho, podem detectar anormalidades em estágios primários, o que possibilita o tratamento ainda na fase inicial.

Entretanto, a principal dificuldade continua sendo o diagnóstico tardio, já que a maioria da população só descobre quando já houve comprometimento da visão. “Por isso, o ideal é fazer controle pelo menos duas vezes por ano, dependendo da gravidade e do perfil de cada paciente”, afirma o oftalmologista.

O tratamento mais eficiente para a retinopatia diabética ainda é a prevenção através de exames clínico e oftalmológico periódicos, com o controle da glicemia e com o combate à obesidade, ao sedentarismo e ao tabagismo. E, segundo o oftalmologista, as medidas preventivas podem retardar ou evitar o aparecimento da doença em até 50% dos casos, tornar a evolução lenta e o tratamento mais ameno em até 75% das ocorrências.

Todos os diabéticos devem ser submetidos a exame oftalmológico completo, com atenção especial ao fundo do olho com dilatação pupilar. “As avaliações devem ser anuais quando os resultados forem normais. Os controles periódicos completos com retinografia e angiofluoresceinografia precisam ser realizados com freqüência, em intervalos mais curtos, se existirem alterações compatíveis com retinopatia diabética, com ou sem baixa visão”, orienta Campos.

A recomendação é que pessoas com diabetes tipo 1 (em que o corpo produz pouca ou nenhuma insulina desde a infância) procure o oftalmologista no primeiro ano de diagnosticada a doença. Concluído esse período, os exames podem ser realizados com uma freqüência média de uma vez por ano.

No caso do tipo 2 (que ocorre predominantemente na idade adulta pelo excesso de peso e má alimentação), os exames devem ser realizados desde o momento do diagnóstico. Isso ocorre porque não é possível identificar por quanto tempo a pessoa permaneceu com altas taxas de glicemia no sangue. Em casos mais avançados, pode ocorrer a maculopatia, que é a deterioração grave da visão central. Pode também acontecer o deslocamento da retina do olho em função do estágio avançado da retinopatia.

Para o tratamento, o especialista afirma que mais utilizada é a fotocoagulação com raio laser, considerada uma aplicação muito segura. Para obter um resultado efetivo, são necessárias várias sessões, e os melhores resultados são em estágios iniciais da retinopatia. Contudo, pode ser necessário, em alguns casos, a associação do laser com injeções de medicamentos intra-oculares. E a cirurgia é necessária no caso de hemorragias extensas e descolamento de retina.

Fonte: Mais Comunicação. News release. 06 de novembro de 2008.

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