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Abstinência sexual entre jovens não diminui riscos

08 de novembro de 2007 (Bibliomed). Atualmente, com a precocidade do início das atividades sexuais, o número de adolescentes vítimas da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, assim como de gestantes menores de idade, está em curva ascendente. Em virtude disso, medidas de prevenção, como o uso de preservativos, pílulas anticoncepcionais e campanhas de prevenção estão sempre sendo divulgadas. Mesmo assim, estas medidas ainda não alcançaram as repercussões esperadas.

Uma estratégia aplicada em alguns países é a de divulgar a abstinência sexual. A política do "sexo só depois do casamento", como método de prevenção do comportamento sexual de risco, algo há algumas poucas décadas visto como uma ação inquestionável, foi alvo de interesse de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e publicado recentemente, em outubro deste ano, na revista médica Current Opinion in Obstetrics and Gynecology.

Segundo os autores do artigo, por ano são gastos mais de 175 milhões de dólares em programas, que visam a abstinência sexual até o casamento. Teoricamente, esses tipos de programas evitariam, ou melhor, conteriam o excesso de informações sobre contracepção e o uso de camisinhas.

Entretanto, os pesquisadores alegam que o incentivo da prática de abstinência, apenas favorece a disseminação de informações distorcidas sobre os métodos de prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

Muito além do incentivo da abstinência, os investigadores acreditam que a promoção de uma educação sexual adequada, pareceria diminuir um pouco a precocidade dos adolescentes na iniciação da atividade sexual, assim como promover a redução dos comportamentos de risco. Além disso, a adoção de políticas visando apenas a abstinência sexual, consiste em uma estratégia vulnerável e pouco eficaz. Não somente isso vai contra os direitos humanos dos adolescentes, pois proíbe o poder de decisão como também impossibilita a compreensão de medidas de prevenção da AIDS, entre outras doenças.

Fonte: Current Opinion in Obstetrics and Gynecology; 19 (5): 446 – 452 (October 2007)

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