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Por Todd Zwillich
WASHINGTON (Reuters Health) - Os resultados de um novo levantamento nacional mostrou que as aulas de educação sexual oferecidas para estudantes das escolas de ensino médio públicas não são tão longas ou abrangentes quanto a maioria dos pais gostaria que fossem.
O trabalho também mostrou que, na opinião dos pais, pregar a abstinência sexual até o casamento continua a ser a principal prioridade da educação sexual.
Ao mesmo tempo, a grande maioria dos pais também quer que os filhos tenham mais informações sobre doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepcionais e diálogo com parceiros sexuais.
"Na sua totalidade, os resultados desafiam os dois lados em debate a repensar suas posições sobre (educação sexual) nas escolas públicas", disse Steven Rabin, vice-presidente sênior da Kaiser Family Foundation (Fundação Kaiser para Família), organização para educação pública e nos meios de comunicação, com sede na Califórnia, que realizou o levantamento.
A pesquisa foi feita por telefone com uma amostra nacional de cerca de 1.500 estudantes da 7a à 12a (o que equivaleria a um 4o ano do ensino médio no Brasil) séries e mil professores de educação sexual de escolas públicas das mesmas séries. Mais de 300 diretores de escolas públicas também foram pesquisados.
No total, 89 por cento dos estudantes disseram ter tido, pelo menos, algumas aulas de educação sexual na escola entre a 11a e a 12a séries (equivalentes ao 3o e o que seria um 4o ano de ensino médio no Brasil).
Quase todos os pais afirmaram que as aulas de educação sexual deveriam reforçar nos jovens a idéia de esperar até casar para ter sexo. Mas dois terços deles disseram que, apesar disso, os adolescentes devem ser orientados sobre o uso de anticoncepcionais e prática de sexo seguro caso decidam não esperar pelo casamento para iniciar sua vida sexual.
Apenas um terço dos pais disse que as aulas deveriam apenas orientar estimular os adolescentes a só manter relações sexuais após o casamento.
Ao mesmo tempo, pelo menos 75 por cento dos pais disseram que as aulas deveriam cobrir uma ampla variedade de temas, incluindo homossexualidade, aborto, uso correto de preservativos e como fazer testes para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.
"Os pais simplesmente disseram que querem tudo", disse Tina Hoff, pesquisadora da Fundação Kaiser que realizou o estudo. Mas poucas aulas de educação sexual são longas o bastante para cobrir todos os tópicos que os pais querem que os filhos saibam, acrescentou Hoff.
Três quartos dos professores disseram que seu curso mais recente de educação sexual teve uma ou algumas poucas aulas -- um número que contrasta com o que a maioria dos pais sugeriu como ideal.
Três quartos dos pais disseram que o curso deveria se prolongar por meio semestre ou mais.
Os cursos mais breves podem estar deixando de lado muitos tópicos importantes para os pais. Enquanto 97 por cento dos pais afirmaram querer aulas de educação sexual para instruir os adolescentes sobre o que fazer em caso de estupro, apenas 59 por cento dos adolescentes disseram que as aulas abordaram o tema.
Lacunas semelhantes nas prioridades dos pais e nas experiências dos estudantes foram verificadas em áreas como homossexualidade e como falar sobre sexo com os pais e parceiros. "Os pais estão querendo que habilidades da vida real sejam ensinadas na sala de aula", disse Hoff.
A pesquisa também revelou a distância entre o que está sendo ensinado em termos de educação sexual em escolas-modelo e o que os estudantes estão realmente aprendendo.
Enquanto um terço dos professores e diretores disse que a principal mensagem das suas aulas de educação sexual era "apenas abstinência", apenas 18 por cento dos estudantes disseram ter recebido a mensagem de "apenas abstinência" na escola.
Os números podem indicar que os estudantes que fizeram perguntas sobre relações sexuais ou métodos anticoncepcionais receberam respostas -- mesmo que vindas de professores orientados a falar apenas de abstinência, observou Ramon Cortines, ex-conselheiro das escolas de Nova York, que estava à disposição dos jornalistas na terça-feira, quando a pesquisa foi divulgada.
"É difícil saber o que realmente acontece por trás das portas fechadas das salas de aula entre professores e alunos", disse Cortines.
Sinopse preparada por Reuters Health
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