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Identificada Enzima que Pode Ser Usada Contra a Tuberculose

Por Bill Rosato LONDRES (Reuters) - Pesquisadores norte-americanos descobriram uma enzima que pode ser vital para tratar a tuberculose, abrindo caminho para novos tratamentos, segundo informaram na quarta-feira em artigo na revista Nature.

"A enzima (uma substância que promove mudança química), chamada ICL, oferece um alvo perfeito para as drogas matarem cepas resistentes do bacilo causador da tuberculose, que podem driblar antibióticos e causar infecção crônica", declararam os pesquisadores liderados por James Sacchettini, do Texas A&M,. Parte da pesquisa sobre a estrutura do ICL já permitiu que a Glaxo Wellcome, que financiou parcialmente o estudo, inicie o desenvolvimento de complexos capazes de inibir o ICL e, consequentemente, a tuberculose.

A doença mata cerca de 3 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Quando invade os pulmões e o sistema imunológico reage, mas não pode erradicar a infecção completamente, assume uma forma latente que pode se espalhar em sistemas de defesa enfraquecidos.

"Quando o sistema imunológico se empenha, a tuberculose pára de crescer, mas pode resistir mesmo com o ataque do sistema imunológico e o tratamento com antibióticos. Essa persistência extraordinária é o motivo pelo qual a tuberculose mata mais a cada ano que qualquer outra bactéria patogênica", disse William Jacobs, do Instituto Médico Howard Hughes, da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York.

Os cientistas informaram que a tuberculose resistente depende de substâncias gordurosas (lipídios) para se alimentar e precisa do ICL como parte da caminho metabólico que quebra os lipídios para produzir energia.

"As enzimas que constituem o caminho metabólico são um alvo atrativo para drogas porque aquele caminho não é encontrado em mamíferos. Então, se uma droga que inibe esse caminho, não vai afetar células humanas", disse Jacobs.

O autor chefe da pesquisa, John McKinney, agora na Universidade Rockfeller, em Nova York, infectou ratos com cepas mutantes da TB sem ICL para verificar o efeito. "As mutantes falharam em persistir e matar os ratos", disse Jacobs. Isso indica que inibir o ICL pode ajudar a lutar contra a tuberculose fazendo a bactéria morrer de fome durante sua fase persistente.

A pesquisa também indicou que a bactéria da tuberculose começa a se alimentar com lipídios quando as células predatórias do sistema imunológico, chamadas macrófagos, são ativadas e começam a rondar os pulmões tentando matar a bactéria.

David Russel, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, e autor-sênior do estudo, mostrou que os resultados das infecções nos ratos poderiam ser reproduzidas em macrófagos infectados.

"Essas descobertas nos levam a acreditar que se pudermos desativar o ICL, teremos a capacidade de matar a TB resistente", disse Jacob, acrescentando que novas drogas poderiam acabar com a tuberculose mais rapidamente do que os atuais seis meses de tratamento.

O surgimento de cepas de tuberculose resistentes a drogas, o aumento do número de infectados com o HIV, particularmente propensos à tuberculose, e o crescimento populacional têm tornado o problema cada vez mais complexo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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