Notícias de saúde

Cientistas italianos podem estar próximos da cura para esclerose múltipla

22 de Maio de 2003 (Bibliomed). Até hoje era impensável o uso de células neurais como forma de cura para uma doença tão complexa como a esclerose múltipla, que atinge o sistema nervoso central principalmente de pessoas entre 20 e 30 anos. As terapias usadas atualmente são baseadas principalmente no uso de medicamentos que apresentam uma eficácia limitada e efeitos colaterais. Mas cientistas do Instituto San Raffaele, de Milão, estão desenvolvendo há três anos um tratamento que se baseia na tentativa de recompor a mielina, substância que falta às vítimas da doença.

Em condições ideais, a mielina reveste as fibras nervosas do cérebro, mas nos pacientes de esclerose múltipla a lesão à camada de mielina provoca distúrbios na transmissão dos impulsos nervosos. O tratamento consiste em injetar células nervosas (neurais estaminais) no cérebro dos pacientes. “As células neurais estaminais são levadas para todo o sistema nervoso, e uma vez que chegam às zonas lesadas começam a se transformar em células que produzem a mielina. Somente as zonas inflamadas, ou onde existe algum dano, captam essas células reparadoras”, explicou Gianvito Martino, cientista que chefia os estudos ao lado de Angelo Vescovi.

A nova terapia começará a ser testada em macacos nos próximos meses. Se os experimentos derem certo, a técnica poderá ser testada em seres humanos em cinco anos. “Quando esses experimentos começarem a ser feitos no homem nós usaremos a princípio células nervosas de fetos, já que o transplante ainda não é possível e poderia haver rejeição por parte do organismo”, disse Martino.

Segundo os pesquisadores, a introdução dessas células no organismo não seria um processo tão complexo, já que não será necessário manipular as células neurais depois do implante. “Nós implantamos essas células exatamente como elas são e não precisamos nem instruí-las nem implantá-las no lugar da lesão, deixamos que elas corram livremente procurando a parte inflamada ou lesada. Por natureza, essas células têm como principal função reparar danos”, explicou Vescovi.

Copyright © 2003 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários