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Descoberta pode contribuir para tratamentos de infertilidade

05 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). Pesquisadores norte-americanos acreditam ter solucionado uma das etapas fundamentais da reprodução humana, que ainda era uma incógnita para os especialistas: como o embrião adere à parede do útero para dar início à formação do feto e da placenta. De acordo com Selmo Geber, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, a grande dúvida no campo da reprodução sempre foi porque o embrião se implanta no útero apenas algumas vezes. “Em alguns casos, acredita-se que a falha esteja no embrião, mas na maioria das vezes não temos idéia”, explicou.

No estudo, os cientistas descobriram que o embrião no estágio inicial está coberto com a proteína L-selectina e que a parede do útero, poucos dias após a ovulação, está repleta de moléculas de açúcar. Em contato, as duas se encaixam, prendendo o embrião ao endométrio. A pesquisadora Susan Fisher, da Universidade da Califórnia (EUA), compara o processo a uma bola de tênis rolando sobre uma poça de mel: a velocidade da bola vai diminuindo até que ela pára e fica grudada. “É uma aderência relacionada ao movimento, na qual as ligações se formam e se quebram com a mesma rapidez”, contou a autora do estudo. Segundo ela, as duas moléculas de encaixe só estão presentes durante um breve período, conhecido como “janela de implantação”, no qual a gravidez pode ou não ir adiante.

A pesquisa poderá ser aplicada no tratamento da infertilidade, já que cerca de 10% dos casos tem causa desconhecida, e na técnica de fertilização in vitro, na qual os embriões são produzidos em laboratório e transferidos para o útero da mãe. “Se pudermos usar a L-selectina para selecionar os embriões mais aptos, poderemos diminuir o número de embriões transferidos e, conseqüentemente, o número de gestações múltiplas”, afirmou Geber. Outra possibilidade seria usar a concentração de açúcares no útero para determinar o momento em que ele está mais receptivo ao embrião. Ou ainda, fazer o caminho inverso e criar um medicamento contraceptivo.

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