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Androgênio pode ser arma na luta contra os sintomas da menopausa

24 de Janeiro de 2003 (Bibliomed). As mudanças sociais e os avanços da medicina nos últimos anos aumentaram a expectativa de vida das mulheres, que passaram a viver um terço ou mais de sua vida na menopausa. Para amenizar os sintomas desse período, vem sendo utilizada a Terapia de Reposição Hormonal com estrogênio isolado ou associado à progesterona, que contribui para a melhora da qualidade de vida, mas aumenta os riscos de certas doenças, como câncer no útero. Recentemente, um outro tratamento, que combina estrogênio com androgênio, foi empiricamente aprovado pelos médicos. Produzidos pelos ovários, tecido adiposo e glândulas supra-renais, os androgênios são responsáveis pelas características secundárias masculinas e sua produção começa a cair dez anos antes da menopausa.

Para avaliar a eficácia dessa nova terapia, o professor Justino Mameri Filho, da Universidade Federal do Espírito Santo, selecionou 114 mulheres com idades entre 40 e 63 anos, níveis elevados de FSH (hormônio folículo estimulante) e queixas relacionadas à mudança de humor, depressão e falta de vigor físico e sexual. As participantes responderam questionários sobre saúde e sexualidade, em que a intensidade dos sintomas foi calculada por uma tabela de pontos. Depois, as mulheres foram divididas em três grupos: o A recebeu placebo, o B recebeu estrogênio puro e o C, estrogênio associado à metiltestosterona, um andrógeno utilizado por via oral. Após três meses, o estudo revelou melhora significativa dos sintomas em todas as voluntárias, mas as mulheres do grupo C foram as mais beneficiadas.

Para César Eduardo Hernandes, presidente da Sociedade Brasileira do Climatério, a combinação estrogênio e androgênio apresenta vantagens, já que reduz os riscos de câncer de endométrio e os efeitos colaterais semelhantes aos da tensão pré-menstrual, que existem na terapia estrogênica. Já o vice-presidente da Associação Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo, Ricardo Meirelles, aponta dois problemas no novo método: a falta de um produto específico para as mulheres e a possibilidade de doenças hepáticas, porque o androgênio via oral pode sobrecarregar o fígado.

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