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Consumo de gordura pode agravar níveis de chumbo em crianças

07 de Janeiro de 2003 (Bibliomed). As tintas à base de chumbo são a principal fonte de exposição de crianças ao metal, mas pesquisadores norte-americanos estão descobrindo que uma dieta rica em gordura pode agravar o problema. A intoxicação pelo chumbo (saturnismo) provoca distúrbios gastrenteríticos, no adulto e encefálicos, nas crianças. A encefalopatia é rara em adultos, porém grave em crianças. Em um novo estudo com crianças de baixa renda, que vivem em casas antigas, aquelas que consumiam mais calorias diárias, principalmente gorduras, tinham os níveis mais altos de chumbo no sangue.

De acordo com a coordenadora e pesquisadora da Universidade de Maryland, em Baltimore, Lisa Gallicchio, “a remoção da tinta com chumbo das casas em bairros urbanos e antigos deve ser a principal forma de reduzir a exposição infantil ao chumbo, mas as crianças de apenas um ano, sob risco de intoxicação, devem limitar o consumo de calorias, gordura total e saturada”, explicou.

Durante o estudo, a equipe de Gallicchio mediu os níveis sanguíneos de chumbo em 205 crianças, com um ano de idade e analisou também a poeira existente nas casas e a dieta das crianças. A pesquisa mostrou que, independente da exposição infantil ao chumbo em casa, o consumo de todos os tipos de gordura estava diretamente relacionado aos níveis de chumbo no sangue. Além disso, as crianças com o maior consumo calórico – de todas as fontes, tinham as taxas de chumbo mais elevadas.

A pesquisadora afirmou que existem diversas explicações possíveis para os resultados do estudo. Ela ressaltou que “as crianças que consomem mais calorias podem estar ingerindo mais chumbo pelos alimentos contaminados, seja por chumbo no ar ou na embalagem”. Para Gallicchio, as crianças que comem mais também podem estar ingerindo mais “alimentos manuseados”, com risco maior de contaminação. Outra possibilidade é que a própria gordura possa elevar a absorção de chumbo no corpo. Embora o estudo seja muito importante, Gallicchio acredita que ainda são necessárias mais pesquisas para verificar se as alterações na dieta podem ajudar a controlar os níveis sanguíneos.

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