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Prática inadequada de esporte oferece grande risco para "quarentões"

26 de Dezembro de 2002 (Bibliomed). A prática de exercícios acima do que o organismo é capaz de suportar pode causar desde uma lesão muscular até uma parada cardíaca. O alerta é do professor de Educação Física Roberto Carneiro, que realizou um estudo com jogadores de futebol society, que revelou que 75% deles podem desenvolver doenças coronarianas, 12,5% têm chances moderadas e apenas 12,5% estão livres dos riscos. Durante a realização de sua tese de mestrado em Ciências da Saúde, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Carneiro acompanhou 32 homens, com média de 41,8 anos, índice de massa corpórea de 27,1 (sobrepeso) e praticantes de society uma vez por semana. Do total, 90% foram classificados como sedentários, com base nos resultados de um teste de avaliação física e de um questionário.

Com a ajuda de um aparelho, o professor acompanhou uma partida de 20 minutos e registrou a freqüência cardíaca de cada um. A média registrada durante o jogo foi de 155,7 batimentos por minuto (bpm) – 1,5% superior ao limite, que é 153,5 bpm. Houve casos de jogadores que trabalharam em 182 bpm com pico de 211. Em comparação com o resultado da freqüência cardíaca do limiar anaeróbio (137,4 bpm), os jogadores trabalharam 13,3% acima do ideal e ficaram sob o efeito de acidose metabólica, que tem como conseqüências cãibras, lesões e enfraquecimento muscular.

Para obter bons resultados e não correr riscos durante a prática esportiva é preciso observar questões como freqüência, intensidade, duração e tipo de atividade – e adaptar essas variáveis ao nível físico do praticante. As recomendações valem para todas as pessoas que fazem exercício apenas uma vez por semana, seja ele futebol society, de campo ou corrida. O fisiologista Turíbio Leite de Barros, orientador da tese de Carneiro e coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp, recomenda que os praticantes controlem a pressão arterial e as taxas de colesterol e glicemia, além de corrigir os hábitos alimentares e praticar duas vezes por semana outra atividade física, como caminhada acelerada, natação, exercícios localizados e até dança.

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