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Depressão é quatro vezes mais comum em jovens com excesso de peso

25 de Outubro de 2002 (Bibliomed). Jovens obesos estão sujeitos, não somente a ter problemas de saúde, mas também a apresentar dificuldades emocionais e afetivas, como baixa auto-estima, isolamento social e depressão. O alerta é do psiquiatra do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp, Wlademir Bacellar do Carmo Filho, que realizou um estudo com 789 jovens matriculados em turmas da 8ª série na cidade de Cubatão (SP).

No estudo, Bacellar constatou que quatro em cada cinco adolescentes com sobrepeso apresentaram sintomas de depressão. No caso de jovens que estão com o peso dentro da faixa considerada normal, essa taxa foi de um para cada quatro. “Esperava encontrar problemas de auto-estima e depressão, mas esse índice me surpreendeu porque é muito alto”, disse.

Para chegar ao resultado, o pesquisador aplicou o Inventário Beck, questionário científico que tem o objetivo de detectar sintomas de depressão, avaliando o estado afetivo das pessoas no momento da entrevista. As respostas foram analisadas junto com os dados referentes às medidas de peso, altura e massa corpórea dos adolescentes. O pesquisador queria saber qual era a influência da obesidade no Episódio Depressivo Maior (EDM) de cada um deles. Os EDMs são um alerta para potenciais quadros depressivos, que podem ser tanto passageiros quanto patológicos.

Dos 24 jovens com peso acima do ideal, 80% apresentaram em suas respostas um quadro caracterizado por baixa auto-estima, sentimentos de fracasso, culpa, apatia, falta de prazer e, em muitos casos, pensamentos suicidas. Em outro grupo, formado por 30 adolescentes com risco de sobrepeso, a taxa de EDM foi de 34,5%. Já entre os 121 adolescentes com peso normal, a prevalência de EDM foi de 21,7%.

Segundo o pesquisador, as dietas saudáveis e as atividades físicas devem ser acompanhadas de um trabalho psicológico que ajude o adolescente obeso a recuperar a auto-estima. Também é importante trabalhar de forma preventiva para impedir o aparecimento do problema, considerado um dos principais fatores para que o jovem venha a ter sérios problemas cardíacos quando adulto.

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