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Vacina brasileira pode ser arma contra o câncer

06 de Setembro de 2002 (Bibliomed). Estão sendo testados, em todo o mundo, aproximadamente cem tipos de vacinas terapêuticas para o tratamento do câncer, doença que mata milhares de pessoas por ano. Uma dessas pesquisas está sendo realizada por uma equipe multidisciplinar do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB) e do Hospital Sírio Libanês, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Otimista com os resultados dos estudos no Brasil, o coordenador do projeto, José Alexandre Marzagão Barbuto, acredita que é possível que, dentro de um prazo relativamente curto, as vacinas terapêuticas se tornem um tipo de tratamento obrigatório, apesar de não evitar a doença, como ocorre com as vacinas tradicionais.

Na primeira fase do projeto, três dos 17 pacientes com câncer de rim que se submeteram à vacina apresentaram regressão parcial, ainda que pequena. Na maioria dos casos, não houve progressão da doença, que ficou estacionada por mais de sete meses. E, dos 13 pacientes com câncer de pele (melanoma) tratados com a vacina, todos permanecem estáveis há um ano. Os voluntários continuam recebendo tratamento experimental gratuito.

A segunda fase do projeto, em fase inicial, prevê a aplicação da vacina em dez pacientes com diferentes tipos de câncer, que já tiveram que passar por cirurgias para a retirada de grandes tumores, mas sem metástases. Na terceira fase do projeto, o tratamento experimental com a vacina será aplicado em crianças com tumor.

Para desenvolver a vacina terapêutica, os pesquisadores retiraram células dendríticas (que possuem antígenos) de pessoas sadias e células de tumores dos pacientes voluntários. A partir de uma fusão feita em laboratório, foram criadas células híbridas, que constituem a base da vacina, que induzem o sistema imunológico a rejeitar as células do doador e, junto com elas, as cancerígenas, que passam a ser combatidas e eliminadas.