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Novas vacinas contra câncer de pele começam a ser testadas no Brasil

16 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Dois tipos de vacinas terapêuticas contra o câncer de pele começarão a ser usados, até o final do ano, pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG). A imunoterapia contra o melanoma será aplicada em princípio de forma restrita em doentes pré-selecionados. Uma das vacinas é baseada em peptídeos tumorais - fragmentos de proteínas capazes de estimular o sistema de defesa do organismo contra o tumor. A outra vacina é produzida a partir de células dendríticas, que são capazes de mostrar ao sistema imunológico o que deve ser destruído. O sistema imunológico do paciente "aprenderá" a reconhecer e destruir as células tumorais, preservando as saudáveis.

"Esse tratamento torna-se um recurso menos agressivo que as terapias convencionais, como a quimioterapia, que ataca tanto as células afetadas como as saudáveis. O tratamento pode também ser combinado com outras terapias convencionais, agindo de maneira simultânea", explicou o cirurgião geral e oncológico, membro do Instituto Alfa do HC/UFMG, Alberto Julius Alves Wainstein, que apresentará os painéis "O uso de peptídeos e vacinas anticâncer", e "Vacinas anticâncer" no Congresso Internacional de Oncologia e Imunobiomodulação (III Icoi), que acontece em São Paulo nos dias 15 e 16 de agosto.

As vacinas, que só agora estão sendo desenvolvidas no Brasil, fazem parte de um projeto de pesquisa que já vinha sendo realizado nos Estados Unidos, com índice de resposta satisfatório: em torno de 40% dos pacientes que a receberam tiveram cura total do câncer ou, pelo menos, uma estagnação do tumor, segundo Alberto Wainstein. No mercado farmacêutico, já existe uma vacina que trata do câncer de pele, mas custa em torno de US$ 3 mil. Chama-se Melacine e foi desenvolvida pelo médico Malcolm Mitchell, em Michigan, nos Estados Unidos. Mesmo quando forem disponibilizadas no mercado, as vacinas que serão aplicadas no HC deverão ter um preço mais acessível devido às suas características de produção. “Se ocorrer a observação passiva dessas pesquisas, só teremos acesso aos novos tratamentos quando já estiverem patenteados e comercializados a alto custo", ressaltou o médico.

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