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Infecção hospitalar provocada por fungos desafia cientistas

31 de Maio de 2002 (Bibliomed). Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) querem descobrir quais são as principais espécies de fungos existentes nos hospitais do Estado. O objetivo é desenvolver substâncias químicas capazes de combater, de forma eficaz, a infecção hospitalar causada por esses microorganismos.

A contaminação sangüínea por fungos é o tipo de infecção hospitalar com maior índice de mortalidade no Brasil. Seis em cada dez pacientes contaminados morrem. Os dados fazem parte de um levantamento preliminar, feito em seis hospitais da Grande São Paulo e um do Rio de Janeiro, por um grupo de pesquisa coordenado pelo professor da disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Unifesp, Arnaldo Lopes Colombo.

A equipe de Colombo constatou, em três mil leitos, 145 ocorrências de infecção generalizada causada por fungos. “Muitas mortes poderiam ser evitadas caso houvesse um tratamento rápido e adequado”, afirma o professor.

Segundo ele, pelo menos 10% dos casos de contaminação do sangue contraídos em internações hospitalares são causados diretamente por fungos.

Um dos tipos mais comuns de fungo é o Candida albicans, que convive com micróbios no sistema gastrointestinal.

Tratamentos invasivos (como a diálise) e cirurgias no aparelho digestivo estão entre as principais situações de risco de contaminação por fungo. “Os catéteres e as sondas que perfuram vasos sangüíneos dos pacientes podem fazer com que os fungos, como o Candida, se espalhem pelo sistema circulatório”, explica Colombo.

Segundo o pesquisador, o aumento da população de fungos pode ocorrer também quando o paciente faz uso prolongado de antibióticos. “Esses medicamentos eliminam as bactérias do organismo e os fungos tendem a se alastrar”, constata. Diabetes descontrolada e desnutrição também são outras condições favoráveis ao desenvolvimento dos fungos.

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