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21 de outubro de 2025 (Bibliomed). Estudo realizado na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, mostrou que mais de 1,5 milhões de mortes entre 2022 e 2023 poderiam ter sido evitadas se taxas de mortalidade dos EUA correspondessem às de outras nações ricas.
Para o estudo, os pesquisadores monitoraram dados de registros de óbitos dos Estados Unidos e de outras 21 nações de alta renda de 1980 a 2023, incluindo mais de 107 milhões de mortes nos EUA e 230 milhões de mortes entre as nações semelhantes. As outras nações ricas incluem Austrália, Canadá, França, Japão e Grã-Bretanha, disseram. No geral, os Estados Unidos tiveram quase 15 milhões de mortes a mais durante as quatro décadas em questão, quando sua taxa de mortalidade foi comparada à de outros países ricos, mostram os resultados.
Em 1980, os Estados Unidos superaram outras nações, com 42.000 mortes a menos do que o esperado em comparação às taxas de mortalidade de nações semelhantes. Mas em 1990, os Estados Unidos tiveram mais de 89.000 mortes em excesso, saltando para quase 355.000 em 2000 e 409.000 em 2010, mostram os resultados. O excesso de mortes atingiu o pico nos Estados Unidos durante a pandemia de COVID-19, com mais de 1 milhão de mortos em 2020 e quase 1,1 milhão em 2021, disseram pesquisadores. Mas o excesso de mortes permaneceu alto mesmo depois que os cientistas venceram a COVID, com mais de 820.000 em 2022 e 705.000 em 2023.
De acordo com os pesquisadores, o excesso de 700.000 mortes de norte-americanos em 2023 tem como base em tendências crescentes anteriores, mesmo que nunca tivesse ocorrido uma pandemia. Essas mortes são causadas por crises prolongadas de overdose de drogas, violência armada, colisões de carro e mortes cardiometabólicas evitáveis. Em 2023, mortes em excesso foram responsáveis por quase 23% de todas as mortes nos Estados Unidos. Esse excesso de mortes mostra como as políticas de outras nações parceiras protegem melhor a saúde de seus cidadãos.
Para os autores, as ações e políticas executivas promulgadas durante o segundo governo Trump ameaçam aumentar ainda mais o excesso de mortes. Por exemplo, a versão aprovada pela Câmara dos Representantes dos EUA da legislação que contém a agenda do segundo mandato do presidente Donald Trump inclui possíveis cortes no Medicare e no Medicaid, o que tornaria o excesso de mortes ainda mais provável. Para eles, Cortes profundos na saúde pública, na pesquisa científica, nos programas de segurança social, nas regulamentações ambientais e nos dados federais de saúde podem levar a um aumento ainda maior das disparidades de saúde entre os EUA e outras nações ricas, e a um número crescente de mortes excessivas — e totalmente evitáveis — de norte-americanos.
Fonte: JAMA Health Forum. DOI: 10.1001/jamahealthforum.2025.1118.
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