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Serviço socorre usuários dependentes de maconha

23 de Abril de 2002 (Bibliomed). Um “pronto-socorro” para quem quer largar o vício da maconha. Com esse objetivo foi criado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) um dos únicos ambulatórios brasileiros especializados no tratamento de dependentes da maconha. Desde quando foi implantado, em janeiro de 2000, o ambulatório tratou cerca de 200 pacientes que se sentiam prejudicados pelo uso da droga. Os resultados têm sido positivos.

O tratamento se baseia na informação, a motivação e a prevenção de recaídas. Cada paciente participa de um número limitado de sessões individuais de psicoterapia e passa por um período de acompanhamento. A equipe de psicólogos verificou a falta de conhecimentos dos usuários sobre os efeitos nocivos da droga.

A informação é uma das etapas da terapêutica implantada pela supervisora do ambulatório, a psicóloga Flávia Jungerman. Um profissional preparado dá esclarecimentos ao paciente sobre os efeitos nocivos da droga já comprovados pela literatura científica, como o risco de acidentes, os danos respiratórios e o déficit cognitivo, como prejuízo da memória e da atenção. Como a droga cria dependência, também são informados os sintomas da síndrome de abstinência que ocorrem quando a pessoa deixa de usar a droga. Nessa fase, podem ocorrer momentos de irritabilidade, depressão, dificuldade para dormir, dores de cabeça e diminuição do apetite.

Após uma análise individualizada do caso, elabora-se um plano para a mudança de hábitos necessária à rotina dos pacientes. São verificados a freqüência de uso e o grau de dependência da pessoa.

Os resultados dos atendimentos têm sido animadores. A análise de adesão ao tratamento por 42 pacientes atendidos recentemente no ambulatório mostra o resultado da intervenção. Do total, 20 (47,5%) concluíram o tratamento, passando pelas quatro sessões individuais de psicoterapia. Desses, nove usuários pararam de fumar a droga e outros nove diminuíram significativamente o consumo. A maior parte fumava diversos cigarros de maconha por dia. Um usuário continuou com a mesma freqüência de uso e outro passou a fumar mais.

Os números indicam que 43% (18 pessoas) tiveram melhoras logo ao fim do tratamento. O resultado do grupo específico pode, segundo os profissionais do ambulatório, ser ampliado para um grupo maior. Mais detalhes sobre o ambulatório e informações gerais sobre a maconha podem ser obtidos no site (www.unifesp.br).

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