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Treinar o cérebro melhora a memória na terceira idade

Belo Horizonte, 05 de Março de 2002 (Bibliomed). O conceito de que o cérebro é uma máquina que precisa ser posta para funcionar para manter suas funções pode estar certo. Pesquisadores mostram que, na terceira idade, alguns tipos de treinamento ou reabilitação pode fortalecer a memória.

Algumas pessoas idosas têm capacidade cerebral semelhante à de jovens, mas parecem perder a capacidade de manter esta memória ligada. Esta habilidade pode ser melhorada ou readquirida com algum treinamento, que as capacitaria a “armazenar” o dado memorizado de forma diferente do usual.

Pesquisadores da Washington University em St. Louis estudaram, por ressonância magnética, as áreas do cérebro utilizadas para memorizar palavras em indivíduos jovens e idosos. Eles descobriram que as pessoas idosas apresentam um padrão de ativação cerebral diferente dos jovens, e que parece que os idosos perderam a capacidade de associar adequadamente os dados memorizados, o que tornaria difícil encontrá-los depois. É como se, em um arquivo, a pessoa não conseguisse encontrar a pasta que deseja, embora ela esteja lá.

Esta descoberta traz evidências inovadoras, já que derruba o conceito de que os idosos perdem a capacidade de armazenar informações. O armazenamento de informações, na verdade, parece funcionar bem, e apenas o mecanismo utilizado para encontrar estas informações depois parece ser menos eficientes em pessoas mais idosas.

A boa notícia é que o estudo mostrou que pessoas idosas podem melhorar sua memória com estratégias de aprendizado, por exemplo que as leve a pensar mais profundamente sobre o significado de uma palavra quando a for memorizar. Este pensamento torna a palavra mais fácil de encontrar depois, por associação, e a pessoa consegue se lembrar dela.

Se estas evidências se confirmarem na vida prática, muito em breve pessoas idosas saudáveis irão se beneficiar destes treinamentos, que as tornarão muito mais capacitadas para lidar com suas atividades diárias do que o são atualmente. O próximo passo da pesquisa é verificar se indivíduos com a doença de Alzheimer, que apresenta um padrão de demência progressiva, também apresentam estas diferenças de armazenamento e reencontro de informações, e também observar se indivíduos saudáveis com boa performance cardiovascular se saem melhor em seus padrões cerebrais do que indivíduos idosos sem esta boa forma física.

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