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Brasil poderá ampliar acesso a medicamentos utilizados na Aids

Belo Horizonte, 25 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). A vitória do Brasil frente às negociações com os Estados Unidos na batalha sobre patentes de medicamentos, no ano passado, renderam bons frutos ao País, principalmente no que se refere ao tratamento da Aids. O apoio da comunidade internacional às reivindicações brasileiras em 2001, fez com que o governo se sentisse estimulado para uma nova empreitada. Trata-se de uma estratégia que está sendo preparada com a intenção de formar um bloco de países que reivindique melhores condições de acesso a medicamentos utilizados na Aids, preservativos e troca de seringas.

Paulo Roberto Teixeira, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids, considera que essa nova aliança entre as nações permitirá alterar o contexto mundial da Aids. Ele acredita que, a exemplo do que aconteceu com a patente de medicamentos, essa nova tentativa não teria o mesmo sucesso se o Brasil lutasse sozinho, daí a necessidade de se formar um bloco.

Um encontro em São Paulo com representantes de grandes cidades onde o número de portadores do HIV é alto, foi o primeiro passo para a formação do bloco. Os debates começaram na última semana, com a exposição das experiências de Cidade do México, Pequim e Nova York. No fim do encontro, na última quarta-feira, foram discutidos os termos da nova aliança.

Paulo Roberto adianta que a maior preocupação é a garantia de acesso a medicamentos. O Brasil, que produz remédios genéricos para a Aids, já ofereceu transferir tecnologia para outros países. O coordenador também anunciou que o Brasil, entre 1997 e 2001, teve uma economia de US$ 1,1 bilhão com internações de pacientes com Aids que deixaram de ser feitas graças à distribuição de remédios. No mesmo período, com o programa, foram gastos US$ 1,2 bilhão.

Segundo ele, esses números desmentem as críticas recebidas no início do programa de que a quantia gasta era muito alta.