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Primeiro caso suspeito do mal da vaca louca em humanos na Itália

Belo Horizonte, 22 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Autoridades de saúde e agricultura da Itália confirmaram no dia seis deste mês o primeiro caso suspeito do mal da vaca louca em uma mulher de 25 anos de idade. A mulher está internada em um hospital da Sicília.

As autoridades garantem que a situação está sob controle. Segundo elas, a carne consumida na Itália atualmente tem os mais altos padrões de qualidade, e dizem que provavelmente, se a suspeita for confirmada, a paciente adquiriu a doença muito antes da instituição das medidas de segurança em vigor .

Em seres humanos, a doença é chamada variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (v CJD). Em bovinos, é chamada encefalopatia espongiforme bovina. Há suspeita de que a doença possa ser transmitida pelo consumo de carne proveniente de animais infectados. O período de incubação da doença (período onde a pessoa contraiu a doença mas ainda não tem sintomas) é de 6 a 8 anos.

Já foram identificados na Itália 53 casos da doença em bovinos desde janeiro de 2001, mas até agora não havia relatos de quaisquer casos envolvendo seres humanos.

A doença é causada pela transmissão de uma proteína da carne infectada para a pessoa que a ingere. Esta proteína se comporta como um organismo vivo, e embora seja muito mais simples e menor que um vírus, infecta o cérebro do paciente. Uma vez no cérebro da vítima, começa a produzir alterações que causam problemas estruturais que acabam por levar o paciente à morte.

Estão sendo testados alguns tratamentos para a doença, ainda em caráter experimental. Uma das estratégias mais utilizadas atualmente, que será utilizada no caso desta mulher, é o uso do medicamento antimalárico quinacrina. Este medicamento se mostrou eficiente no combate à proteína causadora da doença em exames de laboratório, e mostrou-se capaz de retardar a evolução dos sintomas em um caso anterior ocorrido na Inglaterra.

A doença já matou cerca de 100 pessoas na Europa, principalmente na Inglaterra. Segundo o Ministro da Agricultura da Itália, não há motivo para pânico, pois as chances de se contrair a doença atualmente são muito pequenas, dados os níveis de segurança e estratégias de prevenção que estão em vigor no país.

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