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Ministério Público cobra melhor desempenho do sistema de captação de órgãos do Rio de Janeiro

Belo Horizonte, 14 de Dezembro de 2001 (Bibliomed). Deputados que compõem a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) entraram, em outubro, com uma representação no Ministério Público contra os governos estadual e municipal. Os parlamentares querem que as duas esferas de governo sejam responsabilizadas pelo mau desempenho na captação de órgãos para transplantes no Rio de Janeiro.

No ano passado, o Estado registrou a média de 3,5 procedimentos por cada um milhão de habitantes. O número é bem inferior ao considerado adequado. Em Brasília, por exemplo, estado campeão na realização de transplantes, o índice é de 15,6 procedimentos para o mesmo número de pessoas.

Na relação dos estados brasileiros, o Rio de Janeiro é o nono colocado, ficando atrás, por exemplo, do Mato Grosso do Sul e do Ceará. Para a comissão da Alerj, os responsáveis pelas falhas na captação dos órgãos são as autoridades de saúde. Os parlamentares reclamam ainda da falta de pessoal treinado para tornar viáveis as doações.

Em 2000, dos 433 registros, cerca de 47 resultaram em transplantes. Este ano, o número divulgado até outubro foi de 358 notificações, com 27 transplantes efetivados. A diretoria do Rio Transplantes – setor que controla o processo desde a captação de órgãos até a realização do transplante – também recebeu críticas da Comissão de Saúde.

Para um funcionamento adequado, o sistema de captação de órgãos precisa ser ágil. Encontrar o doador e aproveitar seus órgãos não é o único desafio. O sistema também precisa ser eficaz, de forma a garantir o bem-estar do paciente que espera. Reduzir o tempo na fila é uma questão de vida.

As associações que acompanham o sistema de captação de órgãos no Rio de Janeiro reforçam as reclamações dos parlamentares. As entidades acreditam que sem remuneração e tempo disponível, fica difícil administrar e garantir um sistema que funcione com qualidade.

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