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Borra de café mata larva do mosquito da dengue

Belo Horizonte, 08 de Novembro de 2001 (Bibliomed). A borra de café é um agente eficaz de combate às larvas do mosquito Aedes aegypti. Segundo pesquisas, a borra mata 100% das larvas quando colocada no fundo dos pratos e vasos.

Misturada a meio copo d’água, a borra impede a proliferação do inseto. A mistura precisa ser trocada uma vez por semana. A vantagem do uso da borra de café nos vasos tem pelo menos uma vantagem em relação aos inseticidas organofosforados, que têm sido utilizados atualmente junto com a areia: não tem toxicidade.

As investigações sobre os efeitos da borra de café começaram há três anos, depois de um estudo feito com as drosófilas, as pequenas moscas da banana. Quem coordena o trabalho é a bióloga Alessandra Laranja, da Universidade Estadual Paulista, em São José do Rio Preto. A bióloga defendeu uma tese de mestrado mostrando a eficácia da borra em condições de laboratório e, agora, faz doutorado provando os efeitos da mistura em campo.

O objetivo do trabalho é mostrar como a borra age sobre o metabolismo do mosquito. A pesquisadora acredita que a cafeína seja o princípio ativo responsável pela morte das larvas.

Os resultados apontam que a cafeína atua sobre as enzimas responsáveis pela digestão, pelo desenvolvimento das larvas e sua reprodução. A pesquisa deve continuar nos próximos três anos, mas a borra já pode ser recomendada para uso nos vasos e pratos que acumulam água.

Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), foram registrados 280 mil casos da doença em 2000. A maior parte dos focos de desenvolvimento da larva ficam dentro das residências.

As fêmeas do Aedes aegypti colocam seus ovos em qualquer local com acúmulo de água parada. As larvas passam por quatro fases antes de chegar a pupas e a insetos adultos. Apenas as fêmeas se alimentam de sangue. Além de eliminar as larvas, a cafeína parece reduzir o tempo de vida das fêmeas adultas.

A pesquisa da bióloga foi financiada por uma bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e realizada no Laboratório do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), da Unesp.

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