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Uganda proíbe cremes para clarear pele

Belo Horizonte, 22 Agosto de 2001 (Bibliomed). O governo de Uganda proibiu o uso de dezenas de cremes e sabonetes populares, normalmente usados pelas mulheres africanas para clarear a pele.

O órgão federal de saúde pública no país declarou que os produtos vêm provocando uma série de complicações dermatológicas.

No início deste ano, as autoridades sanitárias do Quênia também determinaram que mais de 80 desses produtos fossem retirados do mercado. A grande maioria contém compostos como hidroquinona, mercúrio e corticosteróides.

O órgão federal de saúde de Uganda pretende desenvolver uma campanha nacional para conscientizar a população sobre os perigos desses cosméticos. Se necessário, o governo vai buscar meios legais para impedir sua comercialização. As mulheres africanas têm o costume de utilizar esses cremes e sabonetes para tentar clarear a cor da pele.

A preocupação das autoridades sanitárias é o número crescente de relatos de reações adversas decorrentes da utilização desses produtos, como queimaduras na pele, alta sensibilidade à luz do sol, manchas escuras, coceira e bolhas.

A explicação dos dermatologistas é que o uso prolongado de substâncias com hidroquinona e mercúrio pode destruir a camada de proteção da pele, levando até mesmo ao desenvolvimento de câncer.

A dificuldade do governo é que a proibição oficial da venda das mercadorias não é suficiente para coibir seu uso. No Quênia, por exemplo, os cosméticos continuam à venda no mercado negro, apesar da determinação de recolhimento desde maio deste ano. Há também mulheres que recorrem à produção caseira desses cremes.

Uma receita bastante difundida na Tanzânia e que tem o nome de "mkorogo" contém gema de ovo, abacate, gotas de detergente, alvejante, sabão de coco e mercúrio. A mistura causa, com freqüência, erupções no rosto e alergia.

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