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Intoxicações por medicamentos são muito comuns

Belo Horizonte, 07 de Agosto de 2001 (Bibliomed). Intoxicações causadas por abuso de medicamentos, picadas de animais peçonhentos, utilização de pesticidas e acidentes por ingestão de produtos sanitários, alimentos e plantas representam os principais tipos de atendimento no Setor de Toxicologia do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), referência em Minas Gerais na especialidade.

Com intenção de reunir estatísticas, estudos, avaliações e, preocupados com a deficiência de publicações e ensaios na área da toxicologia, os médicos Délio Campolina, Adebal de Andrade Filho e Mariana Borges Dias elaboraram o livro “Toxicologia Prática Clínica”, lançado há 15 dias.

O serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII recebeu 42.930 pacientes nos anos de 1994 a 2000 e prestou esclarecimentos por telefone, através do Centro de Informações Toxicológicas, para outras 15.589 pessoas, normalmente moradores de municípios do interior. Na opinião do médico Délio Campolina, são escassos os centros de atendimento a essa especialidade no Estado.

Um dos motivos é o fato de as faculdades mineiras de Medicina não oferecerem cadeira de Toxicologia Clínica. Apenas no Hospital João XXIII, há uma lista com mais de dois mil nomes de estudantes interessados em realizar estágio na área.

O livro “Toxicologia Prática Clínica” reúne diversas informações sobre intoxicações por medicamentos, que representaram 31,7% dos atendimentos no setor do hospital em 2000. “Parte dos casos é de intoxicação provocada. São também significativas as ocorrências de acidentes com crianças que acabam tendo acesso aos medicamentos guardados indevidamente”, alerta.

Segundo o médico Délio Campolina, intoxicações por sulfato ferroso, suplemento mineral amplamente usado, podem resultar até mesmo em óbito dependendo da fragilidade da criança. São comuns também intoxicações por tranqüilizantes, antidepressivos, analgésicos e outros.

Os acidentes com animais peçonhentos, principalmente escorpiões, ocupam o segundo lugar entre as causas de atendimentos, seguidos pelas intoxicações por pesticidas, agrotóxicos, raticidas e também produtos sanitários (amoníacos, ácido muriático, etc.).

Os alimentos deteriorados e plantas tóxicas, entre elas a comigo-ninguém-pode, levaram diversos pacientes ao Hospital João XXIII, no ano passado.

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